Ao menos oito padres detidos pelo governo de Daniel Ortega na Nicarágua teriam sido transferidos no fim de semana para a prisão chamada El Chipote, conhecida como prisão de tortura para presos políticos.

Os meios de comunicação independentes nicaraguenses La Prensa, El Confidencial, entre outros, confirmaram a transferência através de fontes próximas à Conferência Episcopal da Nicarágua (CEN).

O governo de Daniel Ortega e de sua mulher e vice-presidente Rosario Murillo fez estas represálias dias depois de o padre Harving Padilla, que era pároco da igreja de San Juan Bautista de Masaya, ter conseguido se exilar (para um país ainda não revelado) em 28 de setembro.

Um padre que preferiu permanecer anônimo disse a El Confidencial que oito padres que estavam em “prisão domiciliar” no seminário nacional Nossa Senhora de Fátima, em Manágua, foram transferidos para El Chipote na madrugada de domingo (15).

“Eles os levaram. Todos estão em El Chipote”, disse.

Os advogados que representam os padres disseram antes ao mesmo meio de comunicação que os familiares dos clérigos não tinham informações atualizadas sobre a sua localização, só sabiam que eles não estavam mais no seminário.

Fontes próximas à CEN informaram a La Prensa que os sacerdotes transferidos são: Cristóbal Gadea, Julio Ricardo Norori, Iván Centeno, Álvaro Toledo, Yesner Cipriano Pineda, Ramón Esteban Angulo Reyes, Pastor Eugenio Rodríguez Benavides e Osman Amador Guillén.

Atualmente, há 13 padres presos, a maioria dos quais pertencentes à diocese de Estelí, sob a administração de dom Rolando Álvarez, bispo injustamente condenado a 26 anos de prisão depois de recusar ser deportado para os EUA. Entre 1º e 9 de outubro, o governo de Ortega prendeu seis padres.