Na noite de domingo (1º), o governo na Nicarágua ordenou a prisão de dois padres católicos da diocese de Estelí e um da diocese de Jinotega, no norte do país centro-americano.

O jornal El Confidencial confirmou no domingo que os detidos em Esteli, cujo administrador é o bispo preso Rolando Alvarez, são o padre Julio Ricardo Norori, da paróquia de San Juan Evangelista de San Juan del Rio Coco, departamento de Madriz, e o padre Ivan Centeno, da paróquia de Inmaculada Concepción de Maria, em Jalapa, departamento de Nueva Segovia

O terceiro padre preso, segundo várias fontes, é o padre Cristóbal Gadea, pároco da igreja de Nuestra Señora de la Merced, que fica no município de El Cuá, departamento de Jinotega.

Também foi relatada a prisão de um quarto sacerdote, padre Erick Ramírez Velásquez, da paróquia Cristo Rey, em Telpaneca, no departamento de Madriz. No entanto, a paróquia disse ontem (2) à noite na sua página do Facebook que o padre estava em “perfeitas” condições.

Os motivos por trás da prisão dos padres permanecem desconhecidos.

Uma fonte disse ao La Prensa que as prisões não foram feitas pela polícia, mas por indivíduos armados em caminhonetes Hilux. "Não temos informações sobre o paradeiro deles, mas acreditamos que tenham sido levados para Manágua", disse a fonte.

A pesquisadora e advogada nicaraguense Martha Patricia Molina também denunciou ontem que "paramilitares e policiais iniciaram uma operação de intimidação e sequestro contra padres e paroquianos".

"Três padres foram sequestrados. Pelo menos cinco foram 'visitados', levados, ameaçados e devolvidos. Na diocese de León também houve intimidação por parte da polícia", disse.

Segundo Molina, os três padres presos eram "claros em suas homilias", pois abordavam constantemente "os temas do Evangelho, especialmente as injustiças que são vivenciadas diariamente".

Ao saber da notícia, o bispo auxiliar exilado de Manágua, dom Silvio José Báez, denunciou em suas redes sociais a "feroz perseguição contra a Igreja Católica" por parte da "ditadura sandinista de Daniel Ortega"

Ele também pediu "à Igreja em todo o mundo suas orações pela Nicarágua e por nossa Igreja perseguida".