O papa Francisco pediu hoje (11) a libertação imediata de mais de 100 reféns mantidos pelo Hamas na Faixa de Gaza e expressou preocupação pela segurança de civis palestinos que vivem na região.

“Rezo por essas famílias que viram um dia festivo ser transformado em um dia de luto, e peço que os reféns sejam libertados imediatamente”, disse o papa.

Cerca de 130 pessoas foram sequestradas pelo grupo radical islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza, no ataque a Israel no último fim de semana. Segundo a agência de notícias americana Associated Press, o grupo terrorista ameaçou matar um refém cada vez que bombas das forças armadas de Israel atingirem alvos civis em Gaza “sem aviso”.

Ao falar a milhares de pessoas na praça de São Pedro em audiência geral hoje (11), o papa disse que “terrorismo e extremismo não ajudam a alcançar uma solução ao conflito entre israelenses e palestinos, mas alimentam o ódio, a violência, a vingança e só fazem ambos sofrerem”.

O papa disse acompanhar “o que acontece em Israel e na Palestina com lágrimas e apreensão”.

“Quem é atacado tem o direito de se defender, mas estou muito preocupado com o cerco total em que vivem os palestinos em Gaza, onde também houve muitas vítimas inocentes”, disse Francisco.

“O Oriente Médio não precisa de guerra, mas de paz, de uma paz construída sobre a justiça, o diálogo e a coragem da fraternidade”, acrescentou.

O apelo foi a segunda vez em que o papa Francisco falou publicamente sobre a guerra em Israel desde o ataque-surpresa da última semana.

No último domingo (8), o papa Francisco rezou pela paz entre Israel e Palestina e expressou tristeza que “a violência tenha explodido ainda mais ferozmente” entre os dois. A Embaixada de Israel junto à Santa Sé reclamou do “uso de ambiguidades linguísticas e termos que fazem alusão a uma falsa simetria” entre o ataque terrorista contra civis sofrido por Israel e a resposta militar israelense.

Segundo a agência de notícias da conferência episcopal italiana, o papa também conversou com um padre católico da única igreja católica em Gaza em um telefonema na segunda (9).

O padre Gabriel Romanelli, I.V.E., que está atualmente preso em Belém, disse na segunda (9) à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo EWTN, que a situação “continua muito ruim” e que sua paróquia em Gaza abriga mais de 80 cristãos e muçulmanos em meio a ataques aéreos israelenses.

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Famílias de vítimas feitas reféns pelo Hamas esperam desesperadamente para descobrir se seus entes queridos desaparecidos estão seguros. Uma mulher americana, Abbey Onn, cujos cinco parentes foram levados como reféns no sul de Israel disse à rede de notícias americana CBS News ter visto um vídeo nas redes sociais no domingo (9) de seu parente de 12 anos de idade nas mãos do Hamas.

“Esses são civis que estão sendo aterrorizados e queremos que sejam trazidos para casa”, disse ela.