“De vez em quando, levantem seus olhos para o Crucifixo, voltando o olhar para o Deus chagado e ferido. O serviço que vocês prestam aos doentes é um serviço a Ele”, disse o papa Francisco hoje (18) ao receber no Vaticano os funcionários da Farmácia Vaticana nos 150 anos de fundação pela Ordem de São João de Deus.

O beato Pio IX confiou ao superior-geral da Ordem Hospitaleira de São João de Deus a tarefa de criar uma farmácia no Vaticano. “Assim, o irmão Eusebio Frommer foi escolhido como o primeiro farmacêutico e começou sua história única”, disse o papa.

O papa Francisco destacou o serviço desta Ordem durante o Concílio Vaticano II, em que todas as manhãs, “antes do início das sessões conciliares, as dependências da Farmácia ficavam lotadas de bispos de todas as nacionalidades para a compra de remédios”.

“E, enquanto um pequeno grupo de religiosos consagrados procurava atender aos pedidos nos vários idiomas, duas outras religiosas enfermeiras estavam presentes nos postos fixos de primeiros socorros, juntamente com um médico e dois maqueiros, para quaisquer outras necessidades”.

“E chegamos hoje”, continuou, “com a sua farmácia, que se distingue das outras não só por se dedicar ao serviço direto do Sucessor de Pedro e da Cúria Romana, mas também por ser chamada a um ‘suplemento’ de caridade'”.

Para o papa Francisco, esta farmácia presta “um serviço que, além da venda de medicamentos, deve distinguir-se pela atenção às pessoas mais frágeis e pelo cuidado dos doentes”.

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O papa disse que “este é um compromisso dirigido não só aos funcionários do Vaticano e aos moradores da Cidade do Vaticano, mas também àqueles que necessitam de medicamentos especiais, que muitas vezes são difíceis de encontrar noutros lugares”.

Por isso, o papa Francisco agradeceu-lhes o profissionalismo e a dedicação, “mas também pelo espírito de acolhida e disposição com que realizam sua tarefa, que às vezes exige esforço e - como aconteceu especialmente durante a pandemia – requer disposição para o sacrifício".

“A eles chegam tantas pessoas, especialmente os idosos, que muitas vezes, no ritmo frenético de hoje, precisam não apenas de um medicamento, mas precisam também de atenção, um sorriso, precisam de um ouvido, uma palavra de conforto”, disse o papa.  

“Não se esqueçam disso: o apostolado dos ouvidos. Ouvir, ouvir... às vezes parece chato, mas para a pessoa que está falando é uma carícia de Deus por meio de vocês. E o farmacêutico é aquela mão próxima, estendida, que não só passa medicamentos, mas também transmite valor e proximidade.”

Francisco disse que não se trata apenas de uma profissão, mas de uma “vocação”, e por isso encorajou-os a terem paciência, à qual se referiu como “a prova decisiva do amor”.

“E é bom obter do Médico celestial paciência e benevolência, e a força para amar, sem se cansar”. “Em Sua escola, desde a cátedra da cruz até o balcão da farmácia, que vocês também sejam dispensadores diários de misericórdia”, concluiu o papa Francisco.