Segundo uma antiga tradição da Igreja, no primeiro ano do nascimento da Virgem Maria, os sacerdotes de Jerusalém reuniram-se na casa de são Joaquim e santa Ana e deram uma bênção especial ao bebê com palavras que se cumprem até hoje.

Segundo o protoevangelho de São Tiago, para o primeiro aniversário da Virgem Maria são Joaquim organizou um grande banquete. Os sacerdotes, os escribas, o Conselho dos Anciãos e todo o povo foram convidados para a festa.

O Protoevangelho de São Tiago é um dos apócrifos do Novo Testamento, nome que dá aos livros que narram os mesmos acontecimentos contados nos livros canônicos do Novo Testamento, mas que não entraram no cânon da Bíblia. Mais tardios do que os escritos bíblicos, os apócrifos têm origem e valor diverso. Alguns deles são claramente hereges. Outros, ainda que não tenham entrado na Bíblia, podem ser lidos como livros piedosos.

Joaquim apresentou a filha aos sacerdotes, que a abençoaram dizendo: “Deus dos nossos pais, abençoe esta menina e dê-lhe um nome que se repita séculos e séculos através das gerações”. Ao que o povo respondeu: “Amém, Amém”.

Os príncipes dos sacerdotes a abençoaram exclamando: “Deus das alturas, dirige o teu olhar para esta menina e dá-lhe uma bênção suprema”.

Depois, santa Ana levou a menina para o seu quarto, que era uma espécie de santuário, e a amamentou. Ela entoou um cântico agradecendo a Deus por lhe dar um "fruto de sua justiça, tanto única como múltipla, perante Ele".

"Sabei, sabei, vós, doze tribos de Israel, que Ana amamenta um filho", disse Santa Ana.

Segundo o protoevangelho, Ana e Joaquim não podiam ter filhos e eram até desprezados pela sua condição estéril. Mas o Senhor ouviu as suas súplicas e um anjo apareceu a cada um deles anunciando que teriam descendência.

A história termina dizendo que Ana deixou a pequena Virgem Maria descansando e começou a servir aos convidados. No final todos saíram da festa de aniversário felizes e dando glória a Deus.