Na Audiência Geral de hoje (6), o papa Francisco falou na catequese sobre a sua viagem à Mongólia, onde diz ter encontrado “uma Igreja humilde e feliz”.

Como é costume na volta de cada viagem apostólica, o papa Francisco dedicou a sua catequese à reflexão sobre o que viveu na Mongólia, o país asiático que pela primeira vez na história teve a presença de um papa.

Depois de mostrar a sua gratidão às autoridades, o papa Francisco definiu este país como “um povo nobre e sábio”, que lhe “mostrou tanta cordialidade e carinho”. Ele disse que os habitantes da Mongólia orientam “o olhar para o alto, para a luz do bem”.

“Poder-se-ia perguntar: por que o papa vai tão longe para visitar um pequeno rebanho de fiéis? Porque é precisamente ali, distante dos holofotes, que muitas vezes se encontram os sinais da presença de Deus, que não olha para as aparências, mas para o coração”, disse o papa Francisco.

“O Senhor não procura o centro do palco, mas o coração simples de quem o deseja e o ama sem aparecer, sem querer sobressair em relação dos outros”, acrescentou.

O papa disse que teve a graça de “encontrar na Mongólia uma Igreja humilde, mas feliz, que está no coração de Deus, e posso dar-vos o testemunho da sua alegria por se encontrar durante alguns dias também no centro da Igreja”.

Segundo o papa, a Igreja na Mongólia nasceu do zelo apostólico dos missionários que foram para lá, “para viver como o povo mongol, não para fazer proselitismo, mas para anunciar a cultura do Evangelho”.

O papa disse que a palavra “católico” significa “universal”. “Contudo, não se trata de uma universalidade que homologa, mas de uma universalidade que se incultura”.

“Isto é catolicidade, uma universalidade encarnada, ‘inculturada’’, que capta o bem onde vive e serve o povo com quem vive. É assim que a Igreja vive: dando testemunho do amor de Jesus com mansidão, com a vida antes do que com as palavras, feliz com as suas verdadeiras riquezas: o serviço ao Senhor e aos irmãos”, disse.

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Francisco falou da inauguração da “Casa da Misericórdia”, a “primeira obra de caridade criada na Mongólia como expressão de todos os membros da Igreja local”.

“Um lugar aberto, lugar hospitaleiro, onde as misérias de cada um possam entrar sem vergonha em contato com a misericórdia de Deus que levanta e cura. Eis o testemunho da Igreja na Mongólia, com missionários de vários países que se sentem um só com o povo, felizes por o servir e descobrir as belezas que ele já tem”.

O papa Francisco contou que durante a sua visita também pôde “descobrir um pouco desta beleza, conhecendo inclusive algumas pessoas, ouvindo as suas histórias, apreciando a sua busca religiosa”.

Francisco recordou que a Mongólia tem uma grande tradição budista e exortou os fiéis a pensarem em “quantas sementes de bem, no escondimento, fazem germinar o jardim do mundo, enquanto normalmente só ouvimos falar do barulho das árvores que caem”.

Lamentou que muitas vezes nos deixamos levar por “escândalos”. Por isso, disse que “é importante, como faz o povo mongol, dirigir o olhar para o alto, para a luz do bem. É só deste modo, a partir do reconhecimento do bem, que se constrói o porvir comum; somente valorizando o outro o ajudamos a melhorar”.

“Estive no coração da Ásia e foi bom para mim. Faz bem entrar em diálogo com aquele grande continente, captar as suas mensagens, conhecer a sua sabedoria, o seu modo de ver a realidade, de abraçar o tempo e o espaço”, disse.

“Fez-me bem encontrar o povo mongol, que preserva as raízes e tradições, respeita os idosos e vive em harmonia com o meio ambiente: é um povo que perscruta o céu e sente o sopro da criação”.

Por fim, “pensando nas extensões ilimitadas e silenciosas da Mongólia”, convidou os fiéis a deixarem-se “estimular pela necessidade de ampliar os confins do nosso olhar, por favor: alargar os confins, olhar ao largo e para o alto”.

“Não se deixar aprisionar pela pequenez. Alargar o próprio coração para compreender, para estar próximo de cada pessoa e de cada civilização”, concluiu o papa Francisco.