O papa Francisco recebeu hoje (25) a presidente da Hungria, Katalin Novák, em audiência privada no Vaticano.

Francisco disse esperar que a Hungria possa ser uma “ponte de paz” para curar a “ferida” que a guerra na Ucrânia deixou na Europa após 18 meses de invasão russa.

Na audiência privada, que durou 45 minutos, o papa e a presidente húngara conversaram, em espanhol, sobre a missão de paz que a Santa Sé está fazendo.

No final da Audiência Geral de quarta-feira (23), o papa falou das “tantas crianças desaparecidas”, referindo-se à tragédia dos menores ucranianos deportados para a Rússia: “A guerra é cruel!”, lamentou o papa na ocasião.

Papa recebe presente da presidente da Hungria, Katalin Nóvak, 25 de agosto de 2023. / Vatican Media

Mensageiros da paz

Na troca protocolar de presentes, Francisco deu a Nóvak o texto da sua Mensagem para o Dia Mundial da Paz deste ano, o livro  sobre a Statio Orbis de 27 de março de 2020, publicado pela editora da Santa Sé, e uma escultura em bronze com a frase: “Sede mensageiros da paz”.

Nóvak deu ao papa um baú com vinho de missa, e um ícone da Transcarpatia, região ucraniana que faz fronteira com a Hungria. Ela também deu um álbum de fotografias que recordam a sua 41ª viagem apostólica internacional à Hungria (de 28 a 30 de abril de 2023).

Num segundo exemplar do álbum, que a presidente levou ao seu país, o papa escreveu uma dedicatória: “Agradeço à presidente Katalin Novak por este volume que comemora a minha visita à Hungria. Que de seu país se propague uma mensagem de paz para a Europa ferida pela guerra. Com a minha bênção, renovo os meus votos de unidade e de fraternidade. Fraternalmente, Francisco".

A família e os valores cristãos

O cardeal Pietro Parolin recebe a presidente da Hungria, Katalin Novák, 25 de agosto de 2023. / Vatican Media

A presidente Novák reuniu-se com o secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, acompanhado pelo subsecretário para as Relações com os Estados, monsenhor Mirosław Wachowski.

Segundo informou a Santa Sé, durante “o encontro cordial na Secretaria de Estado” discutiram “alguns assuntos de interesse comum, como a família e os valores cristãos”.

“Durante a conversa, a guerra na Ucrânia foi discutida em profundidade, com especial referência à situação humanitária, bem como aos esforços para acabar com o conflito. Finalmente, foi mencionado o tema da liberdade religiosa e a situação dos cristãos perseguidos no mundo", diz a nota da Santa Sé.

Novák chegou ao Vaticano depois de visitar Kiev e participar, com os presidentes de países europeus como Portugal e Lituânia, da Cúpula Anual sobre a Crimeia. A Hungria apoia os reivindicação da soberania sobre a Crimeia, que passou à Ucrânia em 1991, quando Rússia e Ucrânia eram parte da União Soviética, e foi ocupada pela Rússia em 2014.

Segundo a ONU, mais de 620 mil refugiados ucranianos entraram na Hungria desde a invasão em 24 de fevereiro de 2022. E, de acordo com dados húngaros, apenas cerca de 20 mil solicitaram "proteção temporária", o que lhes concede acesso aos sistemas locais de saúde e previdência social. Em sua viagem a Budapeste em abril, o papa Francisco agradeceu às autoridades civis e religiosas húngaras pela acolhida e ajuda aos refugiados.

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