A Colina do Encontro, no Parque Eduardo VII, em Lisboa, foi hoje (4) palco da via-sacra da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em que o papa Francisco disse aos peregrinos que a cruz é o sinal sagrado “do maior amor”, com o qual Cristo quer abraçar a vida dos homens.

Francisco chegou em um papamóvel enquanto recebia as saudações de centenas de milhares de peregrinos e foi de cadeira de rodas para o palco, de onde lembrou aos 800 mil peregrinos que “Jesus quer abraçar nossa vida”.

O papa incentivou os jovens a não esquecerem que "ninguém tem maior amor que aquele que dá a vida, e isso foi o que Jesus ensinou", que caminhou até a Cruz pela salvação de homens e mulheres.

O papa Francisco também os convidou duas vezes a refletir sobre seus sofrimentos, dizendo-lhes que Cristo deseja curar a solidão de cada jovem. “Jesus caminha à cruz, morre na cruz para que a nossa alma possa sorrir”, disse ele.

Após as palavras do papa, os jovens do grupo de coreografia levaram a cruz peregrina a um lado do palco, por onde ela começou a subir à medida que avançava em cada estação.

As meditações centraram-se nas fragilidades, feridas e necessidades dos jovens de hoje, como a violência, a solidão, o desafio das redes sociais, a necessidade de solidariedade e compromisso, a saúde mental, entre outros.

 

A composição dos textos esteve a cargo do padre João Golão, diretor do Centro Universitário Padre Antônio, que contou ao Vatican News que receberam as reflexões de 20 jovens dos cinco continentes e "assim construímos as estações".

Durante a via-sacra, foram intercalados os testemunhos de três jovens conforme subia a cruz peregrina.

O primeiro testemunho foi o de Esther, uma espanhola de 34 anos que contou que apesar de ter sido batizada e ter recebido a primeira comunhão, viveu afastada da Igreja, além disso, um acidente a deixou em uma cadeira de rodas.

Ela reconheceu que com o companheiro decidiram abortar o primeiro filho, fato que a deixou vazia porque sentia que "algo havia morrido dentro" dela. Porém, o Senhor em sua infinita misericórdia, foi procurá-la e começou a experimentar um grande e inexplicável amor. Agora ela tem sua filha Elisabeth e no ano passado ela se casou com seu marido Nacho.

 

O segundo testemunho foi o de João, um português de 23 anos que experimentou uma fragilidade mental durante a pandemia do coronavírus. Durante o confinamento, ele refletiu sobre si mesmo e entendeu que havia ficado marcado. Porém, disse que a fé o ajudou quando caiu e a vencer todo individualismo e isolamento.

 

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O terceiro testemunho foi o de Caleb, um americano de 29 anos que compartilhou que cresceu em um lar instável. O jovem, que se descreveu como uma das ovelhas perdidas que Jesus procura, relatou que caiu em depressão, pensou em acabar com a vida e se separou da esposa por um tempo.

 

No entanto, o encontro com Cristo, na Eucaristia, ajudou-o a curar as suas feridas e, depois de voltar com a companheira, casaram-se e vivem agora em plena comunhão com a Igreja Católica.

Após a meditação da décima quarta estação, com a cruz do peregrino no topo do palco, o papa conduziu a oração final e abençoou a multidão de jovens, que foi saindo aos poucos do Parque Eduardo VII.

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