Para a brasileira Sofia Pires, 19 anos, de Goiânia (GO), a confissão “é um dos principais presentes que temos, de poder nos reconciliar com Deus”. Ela falou com ACI Digital enquanto aguardava sua vez na fila da confissão no Parque do Perdão da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023.

Ali o papa Francisco esteve hoje (4) de manhã e ouviu a confissão de três jovens. As filas de confissão davam voltas, com vários peregrinos. Para o padre Rui Lopes, de Lisboa, isso mostra que, “no fundo, há um desejo dos jovens de saciar esta sede de Deus, de experimentar o perdão de Deus”.

A portuguesa Madalena Pinto, 17 anos, estava na fila aguardando para se confessar. Ela contou que costuma se confessar “a cada dois meses, pelo menos”. “É um hábito meu, por me sentir mais próxima de Deus e porque o perdão é uma mais valia”.

Madalena disse que estava ansiosa, pois seria a primeira vez que se confessaria com um padre desconhecido. “Mas, tenho certeza de que tudo correrá bem, porque vou me confessar ao próprio Jesus”, disse.

Rita Borges, 15 anos, de Portugal, considerou “um privilégio enorme” poder se confessar em uma Jornada Mundial da Juventude. “A confissão é algo muito importante na minha vida. Precisamos nos libertar dos pesos que temos nos ombros, deixarmos os nossos pecados fora de nossas vidas e recomeçar em um caminho novo”, disse.

“Todos nós temos uma procura pela Verdade, uma procura de nos sentirmos em paz com Deus e com o próximo. Uma oportunidade de nos reencontrarmos com Deus através do perdão é como reconstruir aquilo que foi quebrado ao longo de nossa caminhada”, disse o padre Rui Lopes.

Para o sacerdote, “o espírito de peregrinação bem próprio [da JMJ]” e “este ambiente todo que existe em nossa volta de alegria, perdão, reconciliação” são uma “motivação para os jovens darem este passo”.

“Aqui, é como uma janela que se abre. Se calhar, fora de um contexto habitual deles, alguns que não buscavam a confissão podem estar está mais à vontade com um sacerdote que não conhecem”, declarou.

O padre Lopes disse também que muitos jovens buscam, além da confissão, “uma palavra de orientação espiritual”.

“Às vezes, se abrem outros horizontes, outras janelas que talvez nunca pensaram, que talvez possam recomeçar por outros caminhos que nunca pensaram, talvez uma palavra de esperança e da presença de Deus que fortalece sua missão, sua presença na Igreja”, disse.

O Parque do Perdão estava na Cidade da Alegria, em Belém, onde também estava a Feira Vocacional, de terça-feira (1º) até hoje (4). No local também havia um espaço chamado One 2 One, onde os jovens podiam buscar aconselhamentos.

“É um espaço aonde os peregrinos podem vir e ter uma conversa pessoal com irmãs ou padres de várias congregações”, disse Mariana Lemos, de Campo Grande (MS), que estava como voluntário neste espaço.

Lemos contou que durante os dias houve “bastante procura” dos jovens por este espaço de aconselhamento. “Para mim, ter algo assim é muito importante, porque estamos aqui para nos encontrarmos com Jesus, e acho que se encontrar com Jesus tem muito a ver com descobrir qual é o nosso chamado dentro da Igreja”, disse.

A colombiana Shirley Martinez não sabia que havia o espaço One 2 One na Cidade da Alegria e disse que se surpreendeu ao ficar sabendo.

“Este espaço me interessou, porque sinto que é uma oportunidade para que as pessoas possam abrir completamente seu coração, porque talvez não pode fazer com uma pessoa que lhe conhece pessoalmente, já que essa pessoa já conhece seus erros, suas falhas... Mas, uma pessoa que não lhe conhece pode lhe dar sua orientação, seu ponto de vista mais aberto, e mais de coração. Então, fiquei interessada em encontrar um conselheiro que pode ouvir completamente meu coração”, disse.

 

 

Confira também:

Mais em