O papa Francisco almoçou hoje (4) com dez jovens na nunciatura apostólica em Lisboa, Portugal, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude (JMJ). O brasileiro Pedro Luiz de Carvalho, 24 anos, esteve no almoço que, para ele, foi um “momento único”. “Foi muito simples e ao mesmo tempo de muita alegria, sorriso”, disse à ACI Digital.

Pedro Luiz é missionário da Comunidade Católica Shalom, natural de Curitiba (PR). Vive há quatro anos em Portugal e há dois anos é voluntário da JMJ Lisboa 2023. Ele recebeu o convite para almoçar com o papa “há poucas semanas”.

“O convite veio em um momento importante para mim, quando minhas irmãs me visitavam aqui em Portugal para a jornada e fazia quatro anos que eu não as via. Então, já era um momento de muita felicidade e se tornou de maior felicidade ainda ao receber essa notícia”, disse.

Segundo Pedro, o almoço com o papa durou “cerca de 40 ou 50 minutos”. Além dos jovens e do papa Francisco, também estiveram presentes o patriarca de Lisboa, cardeal Manuel Clemente, e o bispo auxiliar de Lisboa, dom Américo Aguiar.

Entre os jovens, havia representantes de diferentes países: Sebastião Namorado Rosa Viegas Ribeiro, Joana Maria Reinhard Fialho de Andrade e Beatriz Roque Antunes, de Portugal, Clara Ysabel Cristhina Yacolca Farfan, do Peru, Luis Carlos Cruz Duarte, da Colômbia, Audrey Criscille Abatol, das Filipinas, Hannah Maria Villagomez Tenorio, dos EUA, Karam Benyamin Jamil Shalian, da Palestina, e Maria Magdalena Ondo Mayle, da Guiné Equatorial.

Pedro Luiz contou que logo no início do almoço, cada um se apresentou e entregou um presente ao papa. “No meu caso, eu fiz uma carta e entreguei a ele”, disse. O missionário da Shalom contou que nesta carta entregou ao papa e à Igreja “o maior dom que poderia ter”, sua vida, assim como fez o fundador da Comunidade Shalom, Moysés de Azevedo, em 1980, quando João Paulo II esteve em Fortaleza (CE). Daquele encontro, nasceu a Shalom.

“Tive a oportunidade de também entregar minha vida como oferta, como um presente ao papa, mas também colocar um pedido de oração que trago no meu coração e apresentar a ele de modo particular para que ele pudesse interceder”, disse.

Durante o almoço, os jovens conversam com o papa sobre diferentes assuntos. “Fomos falando, ele nos perguntou algumas coisas”, disse.

“Comigo, fez aquela brincadeira do Brasil e a cachaça. Eu falei para ele que no Brasil tem aquela música ‘cachaça não é água não’, depois o patriarca de Lisboa brincou ‘mas é água ardente’”, contou.

Entre os temas que os jovens abordaram com o papa Francisco estava o trabalho dos voluntários da JMJ, aborto, eutanásia, a importância dos avós, entre outros.

“Perguntamos ao papa sobre aborto, eutanásia, a cultura do descarte. De maneira especial, fiz uma pergunta a ele complementando o que ele falava sobre aborto e eutanásia, eu perguntei: ‘mas, papa, isso não é tudo em volta de uma cultura do descarte?’. E ele virou para cada um de nós e perguntou: ‘você é descartável? Não, ninguém é descartável, ninguém fica para trás’”, contou.

Pedro Luiz disse que o papa não deixou nenhuma “mensagem explícita” aos jovens presentes no almoço, “mas implicitamente naquilo que é ele, naquilo que ele fala”.

“Uma coisa que trago no meu coração é quando ele falou dos avós, a importância dos mais velhos e ele citava, se não me engano, o livro de Joel, que diz que os velhos sonharão e os jovens profetizarão. Justamente quando há o encontro entre os mais jovens e os mais velhos, algo novo, belo surge dali, essa cultura do encontro, o encontro de todos. Como ele tem falado desde que chegou aqui, a Igreja é para todos. Foi realmente um momento muito bonito, muito importante”, completou.

 

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