O papa Francisco fez um discurso cheio de esperança e fé dirigido ).

“Sem a encarnação, o cristianismo se torna uma ideologia”, disse o papa Francisco aos jovens universitários da Universidade Católica Portuguesa hoje (3). “É a encarnação que permite maravilhar-se com a beleza que Cristo revela através de cada irmão e irmã, cada homem e mulher”.

O papa exortou os estudantes a serem “peregrinos” da vida. “Também eu gostaria de vos dizer: tornai credível a fé através das vossas escolhas. Porque se a fé não gera estilos de vida convincentes, não faz levedar a massa do mundo”, disse Francisco.

Depois da interpretação de uma peça musical e da saudação de boas-vindas da professora Isabel Capeloa Gil, reitora da Universidade Católica Portuguesa, foram dados três testemunhos, um inspirado na Laudato si', outro no Pacto Global pela Educação e na Economia da Francisco.

Respostas fáceis anestesiam

Depois dos testemunhos o papa Francisco fez um discurso aos estudantes universitários: “Desconfiemos das fórmulas pré-fabricadas, são labirínticas, desconfiemos das respostas que nos parecem ao alcance da mão, extraídas da manga como se fossem cartas viciadas de jogar”, disse.

“Procurar e arriscar: eis os verbos dos peregrinos”, disse o papa Francisco, convidando os jovens a se confrontarem com grandes questões e desafios para se aprimorarem. "Respostas fáceis anestesiam".

Para o papa, “ser descontente” é um bom antídoto contra a “presunção da autossuficiência e o narcisismo”. Ele exortou os alunos a não terem medo de se sentirem inquietos e a desafiarem seus próprios limites. “O ser incompleto caracteriza a nossa condição de indagadores e peregrinos”, disse.

O papa também falou sobre a responsabilidade da educação superior em contribuir para uma sociedade mais justa e inclusiva e lembrou que o mundo vive uma “guerra em pedaços”.

“Por isso, tende a coragem de substituir os medos pelos sonhos: não administradores de medos, mas empreendedores de sonhos!”, disse o papa Francisco.

Sistema elitista e desigual do mundo

Segundo o papa, o conhecimento deve ser aceito como uma responsabilidade e não como um privilégio de poucos. "Seria um desperdício pensá-la apenas para perpetuar o atual sistema elitista e desigual do mundo com o ensino superior que continua a ser um privilégio de poucos".

Ele citou a poetisa portuguesa Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004), que ansiava por uma sociedade com maior justiça social.

“Com efeito, o título de estudo não deve ser visto apenas como uma licença para construir o bem-estar pessoal, mas como um mandato para se dedicar a uma sociedade mais justa e inclusiva, ou seja, mais avançada”, disse o papa.

Francisco disse aos jovens: “Também este idoso que vos fala sonha que a vossa geração se torne uma geração de mestres: mestres de humanidade, mestres de compaixão, mestres de novas oportunidades para o planeta e seus habitantes, mestres de esperança”.

Ecologia integral

Francisco falou da importância de uma “ecologia integral”, que engloba tanto o cuidado do planeta quanto o cuidado dos mais pobres. Ele pediu que a geração jovem use as suas ferramentas científicas e tecnológicas avançadas para enfrentar os desafios atuais e evitar cair em visões unilaterais.

Francisco também falou da importância de tornar a fé crível por meio de ações, exortando os jovens a refletir a beleza do Evangelho em seu estilo de vida e a serem protagonistas da mudança no mundo.

No final do encontro com os jovens universitários, depois de rezar o Pai-Nosso, a bênção final e a apresentação de uma última peça musical, o papa Francisco abençoou a primeira pedra do Campus Veritatis. Saiu da Universidade e foi de carro para a sede da Scholas Occurrentes em Cascais.

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