O cardeal Pietro Parolin disse que a etapa da viagem papal a Fátima, Portugal, foi desejada pelo papa Francisco para estar perto dos doentes e sofredores e rezar pela paz mundial.

Por ocasião da próxima Jornada Mundial da Juventude JMJ Lisboa 2023, que acontece de 1º a 6 de agosto, o secretário de Estado da Santa Sé conversou com o Vatican News, site oficial de notícias da Santa Sé, sobre as expectativas e os preparativos para a 42ª viagem internacional do papa à Portugal, que terá início amanhã (2).

“É uma visita importante em que o Santo Padre se encontrará com os jovens doentes e rezará o terço com eles. Um momento intenso. Acredito que o papa queira reiterar a mensagem de Nossa Senhora aos três pastorzinhos quando ela apareceu no distante 1917”, disse o cardeal Pietro Parolin na entrevista publicada hoje (1º).

Segundo o cardeal, a mensagem de Fátima continua a ser importante. “Eram palavras de consolo, eram palavras de esperança em um mundo em guerra, não muito diferente da realidade que estamos vivendo hoje. E Nossa Senhora convidou os pastorzinhos e, por meio deles, os homens a rezarem e a recitarem, em particular, o Terço com grande confiança para obter a paz no mundo”.

É por isso que o papa Francisco quer visitar o Santuário de Fátima durante a JMJ, porque "sempre carrega em seu coração o drama dos que estão envolvidos nos conflitos" e "nos pede para não desanimarmos e perseverarmos na oração e na oração específica do Terço”, disse Parolin.

O papa chegará a Fátima de helicóptero no sábado (5), onde está previsto que vá de papamóvel até a Capelinha das Aparições para rezar o terço e dar algumas palavras aos peregrinos antes da volta a Lisboa.

O papa Francisco já tinha visitado o santuário mariano nos dias 12 e 13 de maio de 2017, por ocasião do centenário das Aparições da Santíssima Virgem Maria na Cova de Iria.

Os jovens que já chegaram a Lisboa esperam o papa Francisco, que os convidou “a se preparar para este evento sobretudo com a oração”.

Francisco parte para a JMJ com a certeza de que estes “encontros têm uma grande força em si mesmos, até a força de mudar, para alguém, a sua vida”, disse Parolin.

O cardeal Parolin fala sobre o pensamento do papa, que se encontrará, ouvirá e falará com jovens de todo o mundo para esta grande festa da fé. O papa já tem a sua “mochila” pronta, a mesma que os jovens peregrinos vão receber em Lisboa.

As Jornadas Mundiais da Juventude nasceram há 40 anos, sobretudo graças a uma "intuição profética" de são João Paulo II, disse o cardeal Parolin. “A Igreja quer acompanhar os jovens, quer acompanhá-los para anunciar-lhes o Evangelho, para facilitar-lhes o encontro com Cristo”.

Portanto, essa “intuição profética” mantém toda a sua relevância num mundo em constante mudança, afetado pela pandemia e pelos conflitos; A JMJ se apresenta como um importante instrumento para que os jovens encontrem Jesus Cristo, disse Parolin.

Segundo o cardeal, a Igreja enfrenta o desafio de transmitir a fé ao mundo de hoje, onde muitos desconhecem Jesus Cristo ou perderam a fé.

“O papa tem falado com frequência sobre essa ruptura na transmissão da fé entre as gerações do povo de Deus”. Ele também lembra: “Há um número crescente de pais que não batizam seus filhos, que não os ensinam a rezar ou que vão para outras comunidades de fé”.

Os jovens têm perguntas e dúvidas, ao mesmo tempo que pedem à Igreja que “renove seu ímpeto apostólico e, sem medo, empreenda nesse caminho de conversão pastoral e missionária, tão desejado pelo Santo Padre”, disse Parolin.

O papa Francisco reiterou hoje o seu pedido de orações pela JMJ e pelos peregrinos, através da sua conta no Twitter: “Peço-vos que me acompanheis com a oração na Viagem a Portugal por ocasião da Jornada Mundial da Juventude. A Virgem Maria, estrela luminosa do caminho cristão, tão venerada em Portugal, confio os peregrinos da #JMJ e todos os jovens do mundo”.

Na tarde de ontem (31), o papa também rezou diante da imagem da Salus Populi Romani na basílica romana de Santa Maria Maior para confiar à Virgem Maria a sua próxima viagem apostólica a Lisboa.

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