Jovens, padres e o bispo de Angra, dom Armando Esteves Domingues, subiram ontem (24) a Montanha do Pico, a mais alta de Portugal com 2.351 metros de altitude. No topo do vulcão que fica na Ilha do Pico, no arquipélago dos Açores, celebraram hoje (25) uma missa de envio para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023 e assinaram o “Pacto da Montanha”, um compromisso de defesa do meio ambiente e cuidado do irmão.

O primeiro grupo começou a caminhada durante o dia de ontem, com 16 jovens, oito padres, alguns jornalistas e dom Armando Domingues. Eles dormiram na cratera e fizeram uma vigília de oração à noite, no mesmo horário em que foram celebradas missas em ação de graças pelos jovens em igrejas da diocese de Angra.

À meia-noite, um segundo grupo com cerca de 100 jovens e padres iniciou a subida ao Pico para se juntar ao grupo anterior.

“A caminhada é um desafio; mas o maior desafio é vermos as surpresas da caminhada. Jesus deixou as suas principais mensagens, e muitos desafios, no caminho. Portanto, no caminho vou escutar a montanha, mas também o Senhor e ver o que Ele tem para me dizer”, disse dom Armando Domingues ao site ‘Igreja Açores’, antes de começar a subida.

 “O nosso principal desejo é caminhar juntos, num ritmo que dê para todos: velhos e novos e espero que o compromisso que vamos firmar todos lá no cimo da montanha seja o compromisso com a bela criação; que nunca nos cansemos de louvar a Deus; que deixemos algum rasto, mas que não apenas a pegada ecológica, mas mais alguma coisa que seja, sobretudo, esta vontade de cuidar do irmão”, declarou.

No alto da Montanha do Pico, os jovens assinaram o “Pacto da Montanha”, um documento inspirado nas encíclicas do papa Francisco Laudato Si e Fratelli tutti. O texto também foi assinado na noite de ontem pelos jovens que participaram das missas na diocese de Angra.

“Somos todos da mesma terra, família da mesma humanidade, por isso, a caminho da Jornada Mundial da Juventude, unidos ao todo da nossa Diocese, queremos assinar um pacto de compromisso, o ‘Pacto da Montanha’, através do qual assumimos que comprometidos com a humanidade, caminharemos unidos e cuidaremos da criação”, diz o texto.

No pacto, os jovens dizem aceitar “o desafio de cuidarmos, protegermos e dignificarmos esta Casa Comum que nos é dado habitar”. Também afirmam “a necessidade que temos uns dos outros e da responsabilidade para com os outros e para com o mundo”.

O texto diz ainda que “somos a mesma terra e que só caminhando juntos e unidos podemos vencer os desafios que se colocam no hoje da nossa história”.

O Pacto da Montanha coloca como compromissos:

• Reconhecer Deus como o grande Autor desta obra de arte que é a Criação;

• Amar esta terra e esta humanidade, com todos os seus seres e elementos;

• Viver comprometidos com a humanidade, promovendo o seu ser família universal;

• Caminhar unidos, valorizando o bom e o belo de cada ser vivo;

• Dizer “não”, evitar e combater a poluição, os resíduos e a cultura do descarte, a perda da biodiversidade, a deteriorização da qualidade da vida humana e a degradação social e lutar contra a desigualdade planetária.

• Promover uma verdadeira ecologia integral através de um contínuo processo de conversão ecológica, apontando para outro estilo de vida e vivendo uma aliança entre a humanidade e o ambiente;

• Dispormo-nos, à luz da fé e da sabedoria que nos vem das narrações bíblicas, a descobrir a mensagem de cada criatura na harmonia de toda a criação;

• Desejar, procurar e viver a comunhão universal;

• Sentir que precisamos uns dos outros e que temos uma responsabilidade para com os outros e o mundo;

• Acolher, aceitar, respeitar e amar cada pessoa como imagem viva de Jesus Cristo.

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