No final da oração do Ângelus de ontem (25), o papa Francisco lamentou o confronto entre gangues rivais numa prisão feminina em Honduras, em que cerca de 46 presas morreram na terça-feira (20).

O confronto aconteceu no Centro Femenino de Readaptación Social (CEFAS) de Tamara, perto da capital de Honduras Tegucigalpa. A chacina foi perpetrada por mulheres pertencentes à quadrilha Bairro 18. As mulheres atiraram, agrediram com uma faca e incendiaram as detentas de outra gangue criminosa conhecida como Mara Salvatrucha.

“Fiquei muito triste com o que aconteceu há alguns dias no Centro Penitenciário Feminino de Támara, em Honduras. Uma violência terrível entre gangues rivais semeou morte e sofrimento”, disse o papa Francisco ao final do Ângelus de ontem (25).

“Rezo pelos mortos, rezo pelas famílias. Que a Virgem de Suyapa, Mãe de Honduras, ajude os corações a se abrirem para a reconciliação e a darem espaço para a convivência fraterna, também dentro das prisões”, continuou o papa.

Num tuíte publicado hoje (26), ele pediu para parar "o horror da tortura" e disse que é essencial que a comunidade internacional "coloque a dignidade da pessoa acima de tudo e se empenhe concretamente na abolição da tortura e no apoio às vítimas”.

 

Após o ocorrido, a presidente do país, Xiomara Castro, demitiu o ministro da Segurança, Ramón Sabillón, e garantiu que serão tomadas "medidas drásticas".

Mara Salvatrucha e Barrio 18 são organizações criminosas muito presentes principalmente em países como Guatemala, Belize, El Salvador e Honduras.

Seus membros, que costumam se identificar por tatuagens de corpo inteiro, se dedicam a tráfico de drogas, sequestro e são responsáveis por inúmeros estupros e assassinato.

O Ministério Público de Honduras informou na terça-feira (20) que 41 mulheres morreram. Segundo o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos em Honduras (OHCHR), são 46 mortas. Dom Ángel Garachana Pérez, bispo emérito de San Pedro de Sula, Honduras, falou de cifras ainda mais altas do que as confirmadas pelas autoridades oficiais.

O Ministério Penitenciário da Arquidiocese de Tegucigalpa exigiu que as autoridades esclareçam “este cruel acontecimento” e que “sejam dadas respostas sobre o ocorrido”. Também exigiu que se reforce a “segurança” nas prisões para que “funcione de forma eficaz”.

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