Os arcebispos de Mianmar fizeram um chamado à paz e à proteção dos locais de culto depois de ataques contra aldeias cristãs e igrejas católicas pela junta militar que governa o país.

“Fazemos este apaixonado chamado à paz, exortando todos a empreender a peregrinação da paz”, disse um comunicado assinado em 20 de janeiro pelo arcebispo de Yangon, cardeal Charles Bo, o arcebispo de Mandalay, dom Marco Tin Wan, e arcebispo de Taunggyi dom Basilio Atha.

Segundo os arcebispos, os últimos meses “viram grandes ameaças à sacralidade da vida humana”, o que se traduz em “vidas perdidas, deslocadas e famintas”.

"Em um país abençoado com tantos grandes recursos, a destruição de vidas é uma tragédia de partir o coração", disseram.

Também lamentaram que "cada vez mais os locais de culto e mosteiros, onde as comunidades buscavam a paz e a reconciliação, estão sendo atacados e massacrados".

No último ataque, o exército que derrubou o governo civil em fevereiro de 2021 queimou a igreja da Assunção, da arquidiocese de Mandalay, em 15 de janeiro.

Nesse ataque, os militares também incendiaram um convento centenário das irmãs franciscanas.

“Tratados internacionais como a Convenção de Haia exigem a proteção de locais de culto, aprendizado e cura. Com dor e angústia perguntamos por que esses lugares sagrados são atacados e destruídos”, disseram os arcebispos.

Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram

Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:

Os líderes da Igreja em Mianmar afirmaram que, "como nação, precisamos curar".

“A cura vem através do nosso profundo senso de relacionamento. Os lugares de culto promovem esta interdependência que conduz à paz. Quando são queimados impiedosamente, voltar à normalidade se torna um grande desafio", disseram.

Por fim, apelaram a todos os atores sociais envolvidos para que “calem todas as armas”.

“Já sofremos o suficiente como povo. Estendamos a mão a todos, como irmãos e irmãs, e iniciemos a sagrada peregrinação da paz, unidos como nação e como povo. A paz é possível, a paz é o único caminho”, concluíram.

Confira também: