Milhares de pessoas saíram às ruas de Dublin, capital da República da Irlanda, no fim de semana para protestar contra as leis de aborto do país e festejar a revogação de Roe x Wade nos EUA.

A Irlanda legalizou o aborto em 2018 por meio de um referendo, mas durante o Rally for Life de sábado (2), os líderes pró-vida irlandeses manifestaram a esperança de restaurar as proteções legais para bebês ainda não nascidos.

A lei atual permite o aborto até a 12ª semana de gravidez sem restrições e até 24 semanas em alguns casos: quando existe uma anomalia no nascituro ou quando a saúde física ou mental da mãe estiver em perigo.

A porta-voz do Rally for Life, Megan Ní Scealláin, disse que a manifestação exigiu que o governo fizesse uma prestação de contas.

“Sei que inclusive muitas pessoas que votaram pelo sim estão chocadas com o aumento surpreendente das taxas de aborto, com a ministra Mary Butler dizendo ao Dáil [câmara baixa] que ao menos 21 mil abortos foram feitos em apenas três anos, apesar das garantias do Taoiseach [chefe de governo] Leo Varadkar e outros, que durante a campanha de revogação disseram que o aborto seria 'raro'”, comentou.

Antes da introdução da nova legislação sobre o aborto na Irlanda, o número de abortos feitos em 2018 no território da Inglaterra e País de Gales, para mulheres residentes na Irlanda, era de 2.879.

 

“Também sabemos pelos médicos envolvidos nos procedimentos dos abortos, que na Irlanda estão fazendo abortos tardios, sem o alívio da dor para o bebê”, disse Scealláin.

“Portanto, temos evidências de que os pais estão sendo pressionados a abortar após um diagnóstico de deficiência grave. Uma revisão do aborto deve examinar esses resultados de forma honesta e transparente”, acrescentou.

A lei irlandesa exige que uma mulher que quer abortar deve passar por um período de espera de três dias antes de fazer um aborto. Scealláin disse que lançaram uma campanha durante a marcha para que este período de espera seja respeitado.

“Garantiram aos eleitores que as mulheres teriam um período de três dias para pensar entre sua primeira consulta de aborto e o médico que lhes dá a pílula abortiva, e é terrível ver os ativistas do aborto agora pressionando para que este tempo para pensar seja removido”, disse.

 

“Sabemos pelos números fornecidos à [deputada] Carol Nolan que entre 800 e mil mulheres não abortaram depois dessa consulta inicial. Eliminar a exigência desses três dias para pensar poderia significar mais mil abortos por ano”, disse Scealláin.

Ao falar sobre a recente anulação do aborto legal nos EUA, disse que "as pessoas estão animadas por fazer parte desta grande celebração da vida".

“A revogação de Roe x Wade mostra o poder da perseverança e que a cultura pode mudar. Podemos garantir melhores opções para mães e bebês”, disse Scealláin.

A porta-voz da Right To Life UK, Catherine Robinson, comentou que os pró-vida "na Irlanda e em todo o mundo estão trabalhando incansavelmente para acabar com o aborto".

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“Foi incrível ver milhares de pessoas na Irlanda participarem do Rally for Life no fim de semana. Parabéns à equipe do Life Institute por organizar um evento tão incrível e às milhares de pessoas que foram para pedir satisfações ao governo da Irlanda”, disse.

Esta marcha pró-vida foi a primeira na Irlanda em dois anos devido às restrições da covid-19.

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