“As pessoas buscam um oásis na Igreja Católica para saciar a sede deixada pelas ocupações, pela indiferença e pelo consumismo”, disse hoje (12) o papa Francisco.

 

A mensagem papal do Ângelus de hoje (12), transmitida de uma janela com vista para a Praça de São Pedro, concentrou-se na história do encontro de Jesus com a samaritana no poço, especificamente em seu pedido a ela: “Dê-me de beber”.

 

“Neste domingo, o Evangelho nos apresenta um dos encontros mais belos e fascinantes que Jesus teve”, disse Francisco a cerca de 20 mil pessoas reunidas na praça.

 

“O pedido de água de Jesus à mulher samaritana é uma imagem da humilhação de Deus. Deus se rebaixa em Jesus, Deus se fez um de nós — rebaixou-se — [fez-se] sedento como nós. Ele sofre nossa mesma sede”, disse o papa.

 

O Papa Francisco disse que as palavras de Jesus, “dá-me de beber”, também nos ensinam sobre nossa obrigação de ajudar os necessitados, seja material ou emocionalmente.

 

“Quantos dizem ‘dá-me de beber’ - em nossa família, muitos no trabalho, muitos em outros lugares em que nos encontramos. Eles têm sede de proximidade, de atenção, de um ouvido atento. Dizem isso as pessoas que têm sede da Palavra de Deus e precisam encontrar um oásis na Igreja onde possam beber”, disse.

 

“Dá-me de beber”, acrescentou o papa, “é um grito da nossa sociedade, onde o ritmo frenético, a pressa de consumir e, sobretudo, a indiferença – esta cultura da indiferença – geram aridez e vazio interior”.

 

“E – não nos esqueçamos disso – ‘dá-me de beber’ é o grito de muitos irmãos e irmãs que carecem de água para viver, enquanto a nossa casa comum continua poluída e desfigurada. E também ela, exausta e ressequida, 'está com sede' ”, disse.

 

No entanto, Jesus compartilha a sede do mundo, enfatizou o papa Francisco.

 

“Na verdade, a sede de Jesus não é apenas física”, explicou. “Ele expressa as sedes mais profundas de nossas vidas e, acima de tudo, uma sede de nosso amor. Ele é mais que um mendigo; ele tem sede do nosso amor. E ela surgirá no momento culminante de sua paixão, na cruz, onde, antes de morrer, Jesus dirá: 'Tenho sede' (Jo 19,28). Aquela sede de amor que o levou a descer, a rebaixar-se, a ser um de nós”.

 

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“O Senhor que pede de beber é Aquele que dá de beber. Ao encontrar a mulher samaritana, ele fala com ela sobre a água viva do Espírito Santo. E da cruz saem sangue e água do seu lado trespassado (cf. Jo 19,34)", continuou.

 

“Sede de amor, Jesus sacia nossa sede com amor. E faz conosco o que fez com a samaritana: vem ao nosso encontro na nossa vida cotidiana, partilha a nossa sede, promete-nos a água viva que faz transbordar em nós a vida eterna”, lembrou o papa.

 
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