Vândalos quebraram janelas e picharam um centro de gravidez pró-vida na noite de segunda-feira (6) em Minneapolis, EUA.

Este é o mais recente episódio de uma onda de ataques contra centros de gravidez no país desde que a sentença Roe x Wade foi revogada pela Suprema Corte em 24 de junho passado.

“É simplesmente desanimador”, disse Tammy Kocher, diretora executiva da New Life Family Services, entidade que supervisiona a clínica afetada First Care, à CNA, agência de notícias em inglês do grupo EWTN.

“Por que vocês querem prejudicar as mães solteiras e as famílias que estão lutando, que precisam de recursos?”, perguntou ela aos responsáveis do ataque.

As câmeras de vigilância mostram duas pessoas mascaradas por volta de 1h (hora local) pichando a clínica e quebrando as janelas com um martelo.

As pichações diziam: "Se abortos não são seguros, você também não está" e "Jane esteve aqui".

Um grupo chamado Jane's Revenge assumiu a responsabilidade por ataques semelhantes a centros pró-vida desde que a onda de vandalismo começou com a anulação de Roe x Wade.

Kocher disse que o centro ainda não estimou o dano, mas ela estima que seja superior a US$ 20 mil.

“Espero que sejam responsabilizados pelos danos que causaram ao nosso centro e a qualquer outro lugar onde tenham feito isso. Devem ser processados", disse.

A polícia local disse à equipe da clínica que o ataque é um "crime de ódio" e deve ser regido pela Lei FACE, uma lei federal de 1993 que proíbe "condutas violentas, ameaçadoras, prejudiciais e obstrutivas com a intenção de ferir, intimidar ou interferir no direito de procurar, obter ou fornecer serviços de saúde reprodutiva”.

As proteções da lei incluem centros de gravidez pró-vida e locais de culto. No entanto, o governo Joe Biden usou a lei quase exclusivamente para atacar os pró-vida.

Segundo Kocher, a polícia encaminhou o caso para o Departamento de Justiça.

A clínica é uma das cinco supervisionadas pelo New Life Family Services, que dá roupas de bebê, cadeirinhas, carrinhos de bebê e 100 mil fraldas para famílias carentes a cada ano.

A clínica tem assistentes sociais autorizados que orientam mais de 2 mil mulheres que passam por problemas como falta de moradia ou violência doméstica.

Kocher disse que todos os serviços da clínica são gratuitos para mulheres e famílias. A clínica fica em um bairro de baixa renda em Minneapolis, onde a pobreza é alta.

“Toda mulher merece se sentir cuidada e apoiada durante uma gravidez inesperada. E é por isso que fornecemos suporte profissional holístico”, disse ela.

Para Kocher, o ataque foi "bizarro", já que Minnesota recentemente tomou medidas para diminuir as restrições ao aborto, legalizando-o "até o nascimento", acrescentou.

Em janeiro, o projeto de lei de Minnesota "Lei de Proteção de Opções Reprodutivas (PRO)", estabeleceu o direito constitucional à "liberdade reprodutiva", garantindo o suposto direito ao aborto no estado até o nascimento e por qualquer motivo, assim como o direito à contracepção e à esterilização.

“Há tanta desinformação e informação falsa por aí sobre os centros de gravidez que simplesmente não são verdadeiras. E especialmente não se aplicam aos nossos centros”, disse Kocher.

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“O aborto é legal até o nascimento agora. Então, por que sentem a necessidade de ir a centros de gravidez? Não entendo", concluiu.

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