Um funcionário do Departamento de Estado dos EUA disse que "após uma análise cuidadosa" o secretário de Estado Anthony Blinken decidiu não colocar a Nigéria de volta na lista de países que violam a liberdade religiosa.

Atualmente, ativistas de direitos humanos e congressistas pressionam o governo de Joe Biden para colocar o país africano na lista de observação em um esforço para impedir a perseguição aos cristãos.

Mais de 5 mil cristãos foram mortos em 2022 na Nigéria, segundo um relatório recente da organização internacional Portas Abertas.

A violência generalizada e a perseguição aos cristãos na Nigéria continuaram em 2023 com a morte do padre Isaac Achi, que foi queimado vivo em 17 de janeiro.

Isso levou muitos defensores dos direitos religiosos a pedir aos EUA que assumissem uma posição firme em defesa dos cristãos, acrescentando a Nigéria à lista de Países de Preocupação Particular (CPC, na sigla em inglês).

O funcionário não identificado do Departamento de Estado enviou um comunicado na terça-feira (7) em resposta a uma pergunta do correspondente da EWTN, grupo de comunicação católica ao qual pertence ACI Digital, Owen Jensen, sobre a omissão da Nigéria na lista do CPC.

"Após uma análise cuidadosa, o secretário [de Estado] considerou que o país não atende ao limite legal para designação sob a Lei Internacional de Liberdade Religiosa", disse o comunicado.

O comunicado disse que "os EUA levam a sério todos os incidentes de violência e os levantam nas conversas com as autoridades nigerianas".

Sobre o assassinato do padre Achi, o comunicado disse: “Estamos tristes e horrorizados”.

“Não sabemos os motivos dos responsáveis, mas condenamos sua violência. Pedimos às autoridades nigerianas que os levem rapidamente à justiça”, acrescentou.

O funcionário também disse que estão "preocupados com a situação da liberdade religiosa na Nigéria, que está bem documentada no Relatório Anual da IRF (International Religious Freedom)".

“Continuaremos pressionando o governo para resolvê-los”, disse.

O comunicado disse que o Departamento de Estado voltou a designar dois grupos terroristas nigerianos, Boko Haram e ISIS-WA, como "grupos de preocupação particular".

No entanto, ativistas na Nigéria e membros da Igreja alegam que o próprio governo deveria estar na lista, em parte porque permite que esses grupos continuem perseguindo cristãos e minorias.

O bispo de Ondo, Nigéria, dom Jude Arogundade, disse a um grupo reunido em Washington D.C. no início deste mês que os membros do partido no poder têm ligações com terroristas.

A diocese de Arogundade sofreu um atentado terrorista no domingo de Pentecostes de 2022, no qual 50 católicos que participavam da missa foram mortos na paróquia de São Francisco Xavier, no estado de Owo.

A perseguição contra os cristãos, que inclui massacres, assassinatos e sequestros, aumentou na Nigéria nos últimos anos, segundo a fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN). No entanto, 2022 foi o segundo ano consecutivo em que a nação ficou de fora da lista do CPC.

A exclusão contínua da Nigéria do CPC levou os congressistas a apresentar uma resolução exortando o Departamento de Estado a realocar o país e nomear um enviado especial para monitorar as violações dos direitos humanos na região.

“Espero perguntar ao Departamento de Estado sobre esse assunto quando eles vierem depor perante o Comitê de Relações Exteriores da Câmara”, disse o congressista French Hill à CNA, agência em inglês do grupo ACI, em resposta ao e-mail do Departamento de Estado.

“Esta resolução envia uma mensagem importante ao governo Biden e ao governo da Nigéria de que o Congresso dos EUA vê o que está acontecendo lá e continuará se manifestando contra a violência e a resposta inadequada do governo”, acrescentou.

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