O provincial dos Jesuítas na Eslovênia, padre Miran Žvanut, criticou a forma como foram divulgadas as notícias sobre as acusações de abusos contra o padre jesuíta esloveno Marko Rupnik, de 68 anos. Rupnik é famoso por suas obras de arte espalhadas pelo mundo, que incluem os mosaicos das fachadas da basílica de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida (SP), cuja primeira parte foi inaugurada em março último.

As supostas vítimas do padre são pelo menos nove mulheres da Comunidade Loyola, fundada pelo padre Rupnik na Eslovênia, e a freira Ivanka Hosta na década de 1990.

A comunidade é liderada desde 2020 pelo comissário nomeado pela Santa Sé, dom Daniel Libanori, jesuíta que também é bispo auxiliar de Roma desde 2018.

Em sua declaração de 2 de dezembro, os jesuítas informaram que durante a investigação preliminar foram tomadas algumas medidas cautelares contra o padre Rupnik, que ainda estão em vigor como "medidas administrativas".

Essas medidas incluem a proibição de administrar o sacramento da confissão, direção espiritual e realização de exercícios espirituais.

Também não pode participar de atividades públicas sem a permissão de seu superior local.

Em declaração à Radio Ognjišče ontem (6), o provincial jesuíta lamentou a forma como alguns meios de comunicação se referiram ao caso do padre artista.

“Em 2021, o Dicastério para a Doutrina da Fé recebeu uma denúncia contra o padre Marko Ivan Rupnik e pediu a Družba Jezusova que iniciasse uma investigação preliminar sobre o caso. Este é um procedimento normal.

A denúncia não veio das freiras, como alguns meios de comunicação afirmam falsamente”, disse Žvanut.

Segundo o provincial, a investigação foi feita por "um monge da segunda ordem" e o relatório foi apresentado ao Dicastério para a Doutrina da Fé, que concluiu que "os fatos em questão deviam ser considerados superados e, por isso, encerrou o caso no início de outubro deste ano" 2022.

Durante a investigação preliminar, foram tomadas algumas “medidas cautelares” que ainda estão em vigor, segundo os jesuítas em comunicado datado de 2 de dezembro.

Segundo Žvanut, "o Dicastério para a Doutrina da Fé não está contra o padre e não aceitou nenhuma sanção contra Marko Ivan Rupnik, só informou à Companhia de Jesus que o caso estava prescrito".

O provincial também disse que não está “diretamente envolvido nesta investigação” porque o padre Rupnik vive fora da Eslovênia há mais de 20 anos. O responsável, disse, é o delegado das Casas Internacionais de Roma.

“Permitam-me enfatizar que a Companhia de Jesus leva a sério qualquer denúncia contra um de seus membros, e essa denúncia também foi levada muito a sério. A missão da Companhia de Jesus é também a missão da reconciliação e da busca da verdade, e acho que as pessoas encarregadas de resolver este caso também encontrarão a verdade”, conclui o provincial.

Confira também: