Durante a Audiência Geral de hoje (9), o papa Francisco exortou a imitar a coragem e a liberdade de duas crianças que se aproximaram de forma inesperada para cumprimentá-lo.

"Antes de falar sobre o que preparei, gostaria de chamar a atenção sobre estes dois jovens que vieram aqui. Eles não pediram licença, não disseram: ‘Ah, tenho medo’: vieram diretamente", disse o papa Francisco, acrescentando que “nós devemos ser assim com Deus: diretamente. Eles deram-nos o exemplo de como nos devemos comportar com Deus, com o Senhor: ir em frente! Ele espera-nos sempre”, disse o papa.

O papa Francisco acrescentou que “fez-me bem ver a confiança destes dois meninos: foi um exemplo para todos nós. Assim devemos aproximar-nos sempre do Senhor: com liberdade”.

Não é a primeira vez que durante a Audiência Geral o papa improvisa um ensinamento depois de uma saudação espontânea, como aconteceu em 2021 com um menino.

Viagem ao Bahrein

Francisco dedicou sua catequese à recente viagem apostólica ao Reino do Bahrein, no Golfo Pérsico, que foi de 3 a 6 de novembro.

Em primeiro lugar, o papa agradeceu “a todos aqueles que acompanharam esta visita com o apoio da oração e renovar a minha gratidão a Sua Majestade o Rei, às demais Autoridades, à Igreja local e à população pela calorosa hospitalidade”.

“E gostaria também de agradecer aos organizadores das viagens: para realizar esta viagem houve um movimento de pessoas, a Secretaria de Estado trabalha muito para preparar os discursos, para preparar a logística, tudo, são tantos que se movem… depois os tradutores… e o Corpo da Gendarmaria, o Corpo da Guarda suíça, que são excecionais. É um trabalho enorme! A todos, a todos gostaria de vos agradecer publicamente por tudo o que fazeis a fim de que uma viagem do Papa corra bem”, disse o papa improvisando.

Francisco disse que “é natural interrogar-se: por que quis o Papa visitar esse pequeno país de maioria islâmica? Há muitos países cristãos: por que não vais primeiro a um ou a outro? Gostaria de responder com três palavras: diálogo, encontro, caminho”.

Para o papa, o diálogo é "o oxigênio da paz" e acrescentou "não vos esqueçais disto: o diálogo é o oxigênio da paz. Inclusive na paz doméstica. Se houver uma guerra ali, entre marido e mulher, depois com o diálogo vai-se em frente com a paz”.

Chamado à paz

“Quanto precisamos disto! Quanta necessidade temos de nos encontrar!  Penso na guerra louca – loucura! –  de que a martirizada Ucrânia é vítima, e em muitos outros conflitos, que nunca serão resolvidos através da lógica infantil das armas, mas unicamente com a força suave do diálogo”, disse o papa.

Além da Ucrânia, Francisco pediu para pensar também “na Síria, pensemos nas crianças do Iêmen, pensemos no Myanmar: em todos os lugares! Agora, a mais próxima é a Ucrânia, para que servem as guerras? Destroem, destroem a humanidade, destroem tudo”.

Para o papa, “não pode haver diálogo sem encontro” porque “sem hospitalidade, o diálogo resta vazio, aparente, permanece uma questão de ideias, não de realidade”.

O papa Francisco falou sobre cada etapa de sua viagem apostólica ao Bahrein e destacou o encontro com os jovens da Escola do Sagrado Coração, “estudantes que nos deram uma grande lição: estudam juntos, cristãos e muçulmanos”.

“Gostaria de agradecer à Escola do Sagrado Coração, agradecer à irmã Rosalyn que levou adiante tão bem esta escola, e os alunos participaram com os discursos, com as orações, a dança, o canto: recordo-os bem! Muito obrigado".

Por fim, Francisco falou do encontro com os católicos que vivem na região e disse que “é maravilhoso ver os migrantes, filipinos, indianos e de outras partes, cristãos que se reúnem e se apoiam na fé. E vão em frente com alegria, na certeza de que a esperança de Deus não desilude”.

"Encontrando-me com os Pastores, os consagrados, as consagradas, os agentes pastorais e, na missa festiva e comovedora celebrada no estádio, numerosos fiéis vindos até de outros países do Golfo, levei-lhes o afeto de toda a Igreja", concluiu o papa Francisco.

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