Hoje, o pessoal diz que quem cuida dos pobres é comunista. Vocês já ouviram falar isso? Não, não, isso não é ser comunista. Isto é cuidar dos pobres, dos doentes, como Jesus mandou, faz parte do Evangelho”, disse o arcebispo de São Paulo, dom Odilo cardeal Scherer, na segunda-feira (24), na missa de encerramento da novena de preparação à festa de são Frei Galvão em Guaratinguetá (SP).

“Não nos deixemos enganar. Faz parte do Evangelho! Todos os santos fizeram isso, nos deram o exemplo. E Frei Galvão, que nós recordamos, deu o exemplo de grande dedicação aos doentes. Dizem até que ele tinha aqueles momentos de ser chamado por um doente lá longe e teve o dom da bilocação”, disse o cardeal.

A celebração deste ano marcou os 200 anos da morte de santo Antônio de Sant’anna Galvão, ocorrida em São Paulo no dia 23 de dezembro de 1822.

Durante sua homilia, o arcebispo de São Paulo disse que Frei Galvão, assim como todos os santos da Igreja, não é um “mito ou uma ideia, mas gente de carne e osso”.

“Os santos são a parte bonita da Igreja, são membros da Igreja, são os grandes católicos, os grandes cristãos, os grandes discípulos de Jesus, aqueles que fizeram coisas boas”, disse o cardeal. “Nós tentamos. Todos somos chamados a sermos santos, mas vamos tentando. Os santos fizeram grandes coisas. Não só Frei Galvão, mas tantos outros, os grandes santos da Igreja fizeram grandes coisas como discípulos de Jesus. Não são ideias, não são mitos, são gente de carne e osso”.

Nascido em 10 de maio de 1739 na Vila de Santo Antônio de Guaratinguetá, atual Guaratinguetá, no Vale do Paraíba, Antônio de Sant’Anna Galvão era o quarto de dez filhos.

Em 1755, após a morte prematura de sua mãe, são frei Galvão assumiu santa Ana, a mãe de Nossa Senhora, como sua mãe espiritual.

Tornou-se franciscano no antigo Convento de São Boaventura de Macacu, na atual Itaboraí (RJ).

Em 11 de julho de 1762, o frade foi ordenado sacerdote e transferido para o convento de São Francisco, em São Paulo.

Em 1778, frei Galvão foi nomeado confessor, pregador e porteiro do convento.

Frei Galvão foi beatificado em 25 de outubro de 1998 pelo papa são João Paulo II, que deu a ele os títulos de Homem da Paz e da Caridade e de Patrono da Construção Civil, porque ele pessoalmente projetou e conduziu a construção do mosteiro da Luz, em São Paulo.

Fundado por são frei Galvão em 2 de fevereiro de 1774, o mosteiro da Luz é mantido e administrado pelas monjas concepcionistas franciscanas da Ordem da Imaculada Conceição. Uma de suas principais tarefas é a confecção e distribuição das pílulas milagrosas de são frei Galvão, de responsabilidade exclusiva das Irmãs Concepcionistas.

O complexo abriga, além do convento, o Museu de Arte Sacra de São Paulo, inaugurado em 1970.

Santo Antônio de Sant’Anna Galvão foi canonizado pelo papa Bento XVI em 11 de maio de 2007, numa cerimônia no Campo de Marte, tornando-se o primeiro santo nascido em território brasileiro.

Na cidade de São Paulo, a solenidade do primeiro santo brasileiro foi marcada por uma celebração de encerramento no mosteiro da Luz, situado na região central da capital paulista, na última terça (25).

A missa das 18h, a última de oito missas, encerrou as celebrações com uma procissão nos arredores do mosteiro.

Capelão do Mosteiro da Luz há quase 9 anos, o Padre José Arnaldo Juliano dos Santos é devoto de Frei Galvão desde a infância por influência de suas avós.

O padre diz que Frei Galvão o anima a prosseguir em sua vida sacerdotal. “Nem sempre é uma caminhada fácil, mas sem dúvida gratificante,” disse a ACI Digital. “Hoje, o santo nos ajuda a evangelizar essa cidade que é imensa, mas também maravilhosa, que acolhe a Palavra de Deus e acolhe a Cristo Jesus”.

 

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