A diocese de Phoenix, EUA, fez uma "súplica urgente para lançar um ministério de saúde mental" depois que a irmã do bispo, dom John P. Dolan, suicidou-se.

“Com o coração partido anunciamos a perda de Mary Elizabeth Dolan, a irmã mais nova do bispo John P. Dolan”, comunicou a diocese nas redes sociais na quarta-feira (19).

“Mary, que sofria de um transtorno mental depressivo desde os tempos de faculdade, foi encontrada morta em 16 de outubro por suicídio”, continuou o comunicado. Segundo a diocese, Mary é a terceira de oito irmãos a morrer por suicídio.  Um cunhado do bispo também se suicidou.

Dom Dolan, que foi empossado como quinto bispo de Phoenix em junho deste ano, anunciou em setembro seus planos de estabelecer um ministério católico de saúde mental na diocese.

“Há muitas pessoas que estão lidando com entes queridos que estão em crise”, disse dom Dolan CNA, a agência em inglês do Grupo ACI.

"É um trabalho de caridade silencioso e obviamente precisam de toda a ajuda que puderem obter", disse.

O bispo espera que este novo ministério “informe às pessoas que não estão sozinhas quando se trata de saúde mental”.

Dom Dolan afirmou em uma entrevista à emissora ABC15 em setembro que seu irmão Tom cometeu suicídio aos 19 anos, depois de lutar, sem o conhecimento de sua família, com distúrbios de saúde mental.

A irmã do bispo, Therese, 27, e seu cunhado cometeram suicídio oito anos depois, quando o agora bispo de Phoenix estava no terceiro ano de estudos do seminário.

“Isso foi muito difícil para mim, porque eu simplesmente não estava falando sobre isso", disse à ABC15.

A diocese de Phoenix compartilhou na quarta-feira parte da homenagem que dom Dolan fez em sua página pessoal no Facebook para sua irmã Mary, que era musicista e mãe de dois filhos.

“Quando criança, Mary era ativa nos esportes, na música e na fé”, escreveu ela. "Ela continuou em seu caminho espiritual que incluiu uma devoção especial à Pequena Flor, santa Teresa de Lisieux”.

Mary foi bem-sucedida na música, lembrou dom Dolan, observando que "ela apareceu em muitas revistas e segmentos de televisão de San Diego e levou seu violão em turnê pelo país para divulgar seu estilo musical".

“Infelizmente, Mary continuou lutando contra a depressão e dores nas costas debilitantes, o que a impediu de continuar sua carreira”, disse o bispo.

A doutrina da Igreja sobre o suicidio está resumida em três artigos do Catecismo da Igreja Católica:

2.281. O suicídio contraria a inclinação natural do ser humano para conservar e perpetuar a sua vida. É gravemente contrário ao justo amor de si mesmo. Ofende igualmente o amor do próximo, porque quebra injustamente os laços de solidariedade com as sociedades familiar, nacional e humana, em relação às quais temos obrigações a cumprir. O suicídio é contrário ao amor do Deus vivo.

2.282. Se for cometido com a intenção de servir de exemplo, sobretudo para os jovens, o suicídio assume ainda a gravidade do escândalo. A cooperação voluntária no suicídio é contrária à lei moral.

Perturbações psíquicas graves, a angústia ou o temor grave duma provação, dum sofrimento, da tortura, são circunstâncias que podem diminuir a responsabilidade do suicida.

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2.283. Não se deve desesperar da salvação eterna das pessoas que se suicidaram. Deus pode, por caminhos que só Ele conhece, oferecer-lhes a ocasião de um arrependimento salutar. A Igreja ora pelas pessoas que atentaram contra a própria vida.

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