“O Santo de Todos – A vida e missão de Santo Antônio Maria Claret” estreia amanhã (6) nos cinemas do Brasil. O filme conta a história do fundador dos missionários claretianos a partir da descoberta de um escritor e intelectual espanhol de que essa história foi adulterada ao longo dos anos.

Em entrevista à ACI Digital, o espanhol Pablo Moreno, que dirigiu o filme, disse que, quando começou a comparar as diversas fontes sobre santo Antônio Maria Claret, percebeu que “algo não se encaixava naquelas informações”. Foi então que um padre claretiano que o ajudava histórico falou sobre um intelectual espanhol chamado Azorín. “Azorín, nos anos 1930, percebeu esse que havia um engano e começou a fazer um trabalho de divulgação e estudar a fundo a história de santo Antônio Maria Claret. Ele não era católico, era bem afastado da Igreja e, por isso, dava para confiar que não tinha nenhum tipo de interesse nessa história”.

Segundo o diretor, as adulterações na história do santo vão “desde o local de nascimento dele até suas principais atividades”. “Em alguns locais, é possível encontrar até informações de que ele tinha um relacionamento com a rainha [Isabel II] ou até mesmo com uma freira”, disse Moreno.

“Para o filme, construí com base na história de Azorín e sua busca e na história de santo Antônio Maria Claret”, afirmou Moreno.

A ideia de contar a história de Claret surgiu depois que Moreno fez, em 2012, o filme “O Deus Proibido”, sobre os mártires claretianos da Guerra Civil Espanhola (1936-1939). Em 2019 começaram os trabalhos, mas houve dificuldades por causa da pandemia de covid-19. “Nós tentamos fazer a divulgação do filme durante 2020 e 2021, mas foi complicado. No início de 2022, conseguimos retomar nossas atividades de divulgação e agora no dia 6, lançamos nos cinemas aqui no Brasil”, disse.

Santo Antônio Maria Claret nasceu em 1807, na Espanha. Trabalhou arduamente na fábrica de tecido da família. Quando completou 22 anos, entrou no seminário.

Por oito anos, pregou em sua terra natal. Conseguiu também evangelizar nas Ilhas Canárias, onde exerceu sua pregação e também fundou a Livraria Religiosa, criou associações, atendia os fieis durante várias horas no confessionário e na direção espiritual.

Entendendo a necessidade de novos missionários para a construção do Reino de Deus, fundou, em 1849, a Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria, os missionários claretianos. Ele era um mariano convicto, devoto da Imaculada.

Foi ainda arcebispo de Santiago, em Cuba, e depois confessor da rainha Isabel II.

Antônio Claret passava horas atendendo confissões. Mas, essa sua forma de evangelizar, quando confessor da rainha, desagradou a muitos. Sobre esse período, é visto como “um pássaro em gaiola de ouro”, pois tinha que acompanhar a realeza em suas viagens oficiais.

Pelas incompreensões geradas, sua imagem sofreu repetidas vezes com atentados contra sua fama. Quanto mais isso acontecia, mais ele rezava.

Santo Antônio Maria Claret morreu em 24 de outubro de 1870. Foi beatificado em 1934 pelo papa Pio XI e canonizado em 1950 por Pio XII.

Para Pablo Moreno, ao contar a história de santo Antônio Maria Claret, “é muito difícil trabalhar somente uma mensagem, porque são muitos temas abordados profundamente”. “O tema do amor está enraizado na história, Claret costumava dizer que o fogo do amor precisava queimar dentro das pessoas”, disse.

Além disso, afirmou que foi “interessante também trabalhar a figura histórica de Claret e o Claret para os tempos atuais, pois acredito que ele tem muito a contribuir para os dias de hoje. Gosto muito de falar de Claret como alguém que transforma os lugares e as situações em perspectivas melhores”, afirmou, destacando o cuidado do santo com os mais necessitados e a sua luta contra as injustiças.

“Também temos a questão da vocação, a experiência sacerdotal, a espiritualidade claretiana”, completou.

Moreno contou que, na Espanha, o filme foi lançado sob o título “Claret” e que, no Brasil, o título “O Santo de Todos” foi uma sugestão da distribuidora Kolbe Arte Produções. “Para mim, parece uma escolha acertada, porque Claret se passa em um mundo muito polarizado, como estamos vendo no mundo de hoje. E ele deseja ser alguém para todos, está a serviço de todos”, declarou.

Para mais informações sobre “O Santo de Todos” e saber os locais de exibição, acesse AQUI.

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