A atriz americana Whoopi Goldberg defendeu o direito a comungar da presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, após a decisão do arcebispo de San Francisco de negar-lhe a Eucaristia por causa do apoio irrestrito dela ao aborto.

Na sexta-feira (20), dom Salvatore Cordileone, arcebispo de San Francisco, EUA, proibiu Pelosi de comungar, por causa do apoio persistente e irrestrito dela ao aborto.

“Depois de numerosas tentativas de falar com ela para ajudá-la a entender o grave mal que ela está cometendo, o escândalo que ela está causando e o perigo para sua própria alma que ela está correndo, decidi que chegou o ponto no qual eu devo fazer uma declaração pública de que ela não deve ser aceita na Sagrada Comunhão", escreveu Cordileone num comunicado divulgado naquele dia.

O arcebispo disse que, para que esta decisão seja anulada, Nancy Pelosi deve "repudiar publicamente seu apoio aos ‘direitos’ ao aborto, se confesse e receba a absolvição por sua colaboração nesse mal no sacramento da Penitência".

Ontem (23), Whoopi Goldberg afirmou que "a batalha pelo direito ao aborto começa a nublar as divisões entre Igreja e Estado".

“O arcebispo de San Francisco pediu que a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, tenha negada a comunhão devido à sua postura prochoice” ou abortista.

Dirigindo-se ao arcebispo, Goldberg exclamou: “Esse não é o seu trabalho, meu amigo! Não cabe a você tomar essa decisão! É surpreendente. Qual é a ideia da Comunhão? É para pecadores. É a recompensa dos santos e o pão dos pecadores. Como se atreve?".

A este respeito, o padre espanhol Juan Manuel Góngora, que tem mais de 50 mil seguidores no Twitter, comentou sobre Whoopi Goldberg que “esta senhora está confusa. A comunhão eucarística não é um ‘direito’".

 

“Qualquer sacerdote pode negá-la quando ocorrerem as circunstâncias apropriadas e é um dom que deve ser recebido em estado de graça. Mas é claro que o relato de vitimização para os incautos é mais interessante”, disse Góngora.

De fato, Cordileone explicou que sua decisão de proibir Pelosi de comungar está de acordo com o cânon 915 do Código de Direito Canônico, que estabelece que “não sejam admitidos à sagrada comunhão os excomungados e os interditos, depois da aplicação ou declaração da pena, e outros que obstinadamente perseverem em pecado grave manifesto” como o aborto.

O principal responsável pelo cumprimento das normas da Igreja, como as contidas no Código de Direito Canônico, é o bispo de cada jurisdição eclesiástica. No caso de San Francisco, esta tarefa cabe ao seu arcebispo, dom Cordileone.

"Infelizmente, a posição da presidente da Câmara sobre aborto só se tornou mais radical ao longo dos anos", disse Cordileone no comunicado.

Cordileone também lembrou no comunicado que em 20 de setembro de 2013, o papa Francisco disse a um grupo de médicos católicos que "cada criança não nascida, mas condenada injustamente a ser abortada, tem o rosto de Jesus Cristo, tem a face do Senhor, que ainda antes de nascer e depois, recém-nascido, experimentou a rejeição do mundo”.

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