Líderes pró-vida no Peru criticaram a ministra da Mulher e Populações Vulneráveis, Diana Miloslavich, que na segunda-feira apoiou a despenalização do aborto por estupro e expressou seu desejo de que o país tenha "aborto livre, gratuito e seguro como na Argentina".

“Espero que neste Congresso se consigam os votos para despenalizar o aborto por estupro. Acho que é o mínimo que podemos fazer por nossas meninas e adolescentes grávidas", disse Miloslavich ao canal local Exitosa.

“Eu continuo apostando em que em algum momento o aborto seja livre, gratuito e seguro no Peru como na Argentina”, acrescentou a ministra.

 

Miloslavich é uma feminista defensora do aborto e da agenda LGBT.

A líder pró-vida e diretora da Associação Origen, Giuliana Caccia, disse á ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, que as declarações de Miloslavich são "mais uma prova que mostra que o Ministério da Mulher e Populações Vulneráveis ​​é o braço político oficial das agendas das ONGs feministas peruanas”.

“Você não precisa ser um especialista no assunto para perceber. A senhora Miloslavich é porta-voz de um movimento chamado Paridad Peru. Além disso, é uma feminista ativista que é coordenadora do Programa de Participação Política do Centro Flora Tristán para Mulheres Peruanas há mais de três décadas”, disse.

Caccia se disse indignada ao ver que Miloslavich, "responsável por uma pasta que zela pelas mulheres e populações vulneráveis, tenha como prioridade o aborto e a agenda feminista, quando temos inúmeras situações urgentes para atender dentro de seu setor, como em outros setores, que ela poderia influenciar”.

“Por exemplo, promover o regresso às aulas presenciais e ajudar as mães que, devido ao cuidado dos filhos durante a pandemia, tiveram que parar de trabalhar, criando problemas econômicos e de subsistência na sua família, a reintegrar-se no mundo do trabalho. Outros problemas crônicos graves em nosso país são a desnutrição, atendimento a gestantes, maternidade vulnerável, entre outros”, explicou Caccia à ACI Prensa.

Gaby Pacheco, porta-voz da Associação Civil Padres en acción, disse à ACI Prensa que “as declarações da ministra buscam trazer à tona temas já discutidos para desviar a atenção do público de questões políticas e econômicas vergonhosas” fazendo referência às graves acusações de corrupção que enfrenta o presidente peruano, Pedro Castillo, e o executivo.

Giuliana Calambrogio, líder peruana pró-vida e mestre em Matrimônio e Família pela Universidade de Navarra, Espanha, disse à ACI Prensa que o tema proposto por Milosevic não só "não é prioritário", mas é "inconstitucional e contraria a ordem jurídica e a imensa maioria pró-vida do Peru”.

“O momento no qual ela solta esta ideia não me surpreende, porque vimos nos últimos dias, através das redes sociais, como a Marcha pela Vida está anunciando que voltará outra vez à batalha. Isso é uma reação e provocação clara”, disse Giuliana.

Ela também falou que espera que o congresso tome a decisão certa e que derrube o “último projeto de lei para despenalizar o aborto”.

Calambrogio se referiu ao projeto de "Lei que despenaliza o aborto em casos de gravidez por estupro", apresentado em 10 de dezembro de 2021 pela deputada esquerdista de Juntos por el Perú, Ruth Luque.

Caccia, diretora de Origen, destacou que "é mentira" que Miloslavich e grupos feministas "só querem aborto por estupro, justificando e aproveitando casos reais de abuso e dor de mulheres com nome e sobrenome".

“Isso é um pretexto. Eles sempre usam o aspecto emocional para tentar persuadir. Mas ela mesma, com o que disse em Exitosa, ajudou a deixar a máscara cair. Não querem o aborto por estupro. Querem aborto livre e seguro. E é algo que os congressistas devem ter claro, pois podem estar confusos e logo terão que debater sobre o projeto apresentado pela congressista Luque e que vem sendo empurrado para que seja aprovado em comissões e no plenário”, disse.

Caccia disse que a "promoção da despenalização do aborto é um dos nichos mais rentáveis ​​para as ONGs feministas", já que "recebem milhões de dólares da cooperação internacional para isso".

“Outra prova de que seu interesse é econômico e não social, é que é precisamente a senhora Miloslavich, porta-voz de Paridad Perú, que faz parte de um gabinete ministerial onde 95% é composto por homens, muitos com sérios problemas de violência doméstica e abuso”, disse.

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E acrescentou: “Se ela fosse coerente com os princípios que prega, nunca poderia ter aceitado essa posição. Mas é claro que é difícil recusar quando é a forma mais direta e eficiente de, como disse, atingir os objetivos da agenda feminista de suas sócias e amigas”.

"De qualquer forma, é uma pena que a responsável pelo setor de 'populações vulneráveis' veja que a melhor solução para os problemas destas populações seja matar os seus filhos”, concluiu a líder pró-vida.

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