O arcebispo de Denver, EUA, dom Samuel Aquila, lembrou aos fiéis que na hóstia consagrada “estamos recebendo o próprio Cristo”, por isso criticou que os meios de comunicação informem sobre a discussão dos bispos sobre a eucaristia como se fosse um debate sobre se o presidente Joe Biden pode receber a santa comunhão.

A mídia secular "está tentando transformá-lo em uma batalha", disse dom Aquila à CNA, agência em inglês do grupo ACI, na terça-feira, durante a reunião anual de outono dos bispos americanos em Baltimore.

Em vez disso, disse dom Aquila, o objetivo é “apresentar uma compreensão clara dos ensinamentos da Igreja para gerar uma maior consciência entre os fiéis de como a eucaristia pode transformar as nossas vidas e nos aproximar a nosso criador e à vida que Ele quer para nós”.

Biden, o segundo presidente católico na história dos EUA, se posiciona como um "católico devoto" ao mesmo tempo que apoia a expansão do aborto, que a Igreja Católica considera um grave mal.

“Todos nós entendemos que é preciso ser pastoral ao lidar com essas situações e que é muito importante ter um diálogo com a pessoa, para nós como bispos”, disse dom Aquila. “Falar com os que estão na vida pública, independentemente de onde estejam na vida pública. Que as posições que assumem influenciam nas da Igreja Católica e podem ser um verdadeiro escândalo para os fiéis que aderem aos ensinamentos da Igreja e à dignidade da pessoa humana”.

O Catecismo da Igreja Católica, que resume os ensinamentos da Igreja, reconhece a dignidade e o valor inerente da pessoa humana não nascida e considera o aborto um "crime contra a vida humana".

“A vida humana deve ser respeitada e protegida, de modo absoluto, a partir do momento da concepção”, diz o catecismo. “Desde o primeiro momento da sua existência, devem ser reconhecidos a todo o ser humano os direitos da pessoa, entre os quais o direito inviolável de todo o ser inocente à vida”.

Segundo dom Aquila, “o impacto de um aborto é tremendo”.

“Um ser humano único é aniquilado, como diz o papa Francisco, é um assassinato”, acrescentou. "E temos que ajudar as pessoas a entender isso e ver como isso prejudica toda a sociedade e também muda o curso da história."

O arcebispo compartilhou uma pergunta que ele faz para demonstrar as consequências de um aborto.

"Às vezes, para esclarecer o ponto, eu apenas digo a uma pessoa: 'Pense em que se um de seus avós, um de seus quatro avós, tivesse sido abortado, você não estaria aqui, mas quem mais não estaria?".

“As pessoas não pensam nisso desta forma, muito menos na singularidade e dignidade da vida humana”, disse. "Mas é um presente que temos de proteger e temos a responsabilidade de proteger", acrescentou.

Citando o Concílio Vaticano II, Áquila enfatizou que os católicos são chamados a "ser a luz de Cristo em tudo o que fazemos, independente da profissão que temos".

“Quando recebemos a eucaristia, estamos realmente recebendo a segunda pessoa da Trindade”, disse dom Áquila. "Estamos recebendo o próprio Cristo e somos chamados a ter um relacionamento íntimo com ele".

O arcebispo disse que nas missas “sempre peço aos fiéis que, quando voltem ao seu banco depois de receber a eucaristia, não deem ouvidos às distrações que possam estar ali ou pensem: 'Tenho que fazer isso, tenho que fazer aquilo'”. “Realmente, aproveite o tempo para louvar e adorar a Cristo, fale com Cristo sobre suas preocupações e reze pelos outros e por você mesmo, sabendo que Ele está lá como seu amigo e é quem te conhece melhor que você mesmo”, afirmou.

Dom Aquila afirmou que este encontro através da eucaristia “é essa relação pessoal e íntima que todos os santos tiveram, e todos nós somos chamados a ser santos, acreditemos ou não”. “Precisamos parar de ouvir a voz do diabo, que diz: 'Não, você não foi chamado para ser santo' ou 'nunca será santo'.”

Em vez disso, afirmou: "abram seus corações ao Senhor".

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