O Papa Francisco se reuniu neste sábado, 9 de outubro, com Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos.

No momento da publicação, a Santa Sé não havia publicado informação sobre o que ambos conversaram, como é de costume acontecer com as reuniões papais com pessoas que não são chefe de estado.

No entanto, o boletim do Vaticano informou em 9 de outubro que Pelosi estava acompanhada por seu marido, o empresário Paul Pelosi, e uma comitiva.

Fotografias divulgadas pelo Vaticano mostram que Pelosi também se encontrou com o secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, e com o arcebispo Paul Gallagher, espécie de ministro das relações exteriores da Santa Sé.

Nancy Pelosi esteve em Roma para fazer o discurso principal na sessão de abertura da Cúpula de Parlamentares do G20. Ela também se encontrou com o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi.

Na véspera de sua audiência com o papa, Pelosi, de 81 anos, falou sobre meio ambiente, migração e direitos humanos durante uma visita ao Vaticano.

O Dicastério para a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral anunciou a visita em 8 de outubro em uma publicação em sua conta do Twitter.

Na sexta-feira, Pelosi foi ao Vaticano acompanhada por Patrick Connell, o encarregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos na Santa Sé.

No mesmo dia, a Casa Branca anunciou que o ex-senador dos Estados Unidos por Indiana, Joe Donnelly, é o candidato do presidente Joe Biden a embaixador dos Estados Unidos na Santa Sé.

Pelosi, uma católica mãe de cinco filhos, é defensora radical do aborto e, por isso, entrou em confronto várias vezes com o arcebispo de São Francisco, sua diocese natal, Salvatore Cordileone.

O arcebispo Cordileone lançou uma campanha de oração no mês passado com o objetivo de inspirar "uma conversão do coração" entre os políticos que apoiam o aborto.

“Faz-se necessária uma conversão de coração da maioria de nossos representantes, começando pela líder da Câmara, a presidente Nancy Pelosi”, disse o arcebispo de São Francisco.

“Por isso convido todos os católicos a se unirem maciça e visivelmente à campanha de jejum e oração pela presidente Pelosi: comprometam-se a rezar um rosário por semana e a jejuar às sextas-feiras pela sua conversão de coração”, acrescentou.

Cordileone exortou os católicos e as pessoas de boa vontade a se inscreverem na campanha “Uma rosa e um rosário por Nancy”.

Uma rosa será enviada a Pelosi "como símbolo de sua oração e jejum", explicou ele.

Em maio, Pelosi disse que estava “encantada” com uma carta do Vaticano aos bispos dos Estados Unidos, que falava da comunhão aos políticos favoráveis ao aborto. Ela afirmou que o Vaticano havia dado instruções aos bispos para que não fossem “divisores” nessa questão.

Em resposta, dom Cordileone afirmou que o Vaticano, na realidade, promovia o “diálogo” entre os bispos e os políticos pró-aborto “para ajudá-los a entender o grave mal que estão ajudando a cometer e acompanhá-los na sua mudança de coração”.

"A reação positiva da presidente Pelosi” à carta “aumenta a esperança de que possamos avançar nesta gravíssima questão".

Em julho, dom Cordileone criticou Pelosi depois que ela citou sua fé católica enquanto defendia os esforços para permitir o financiamento federal para abortos voluntários.

"Permitam-me repetir: ninguém pode pretender ser um católico devoto e aprovar o assassinato de uma vida humana inocente, e muito menos que o governo pague por isso", disse ele.

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Pelosi teve uma audiência de 15 minutos com Bento XVI em 2009.

O Vaticano disse que o papa alemão "aproveitou a oportunidade para falar dos requisitos da lei moral natural e do constante ensino da Igreja sobre a dignidade da vida humana desde a concepção até a morte natural".

O papa Francisco deve receber Joe Biden em 29 de outubro, na primeira visita oficial do presidente dos Estados Unidos ao Vaticano desde sua posse, segundo fontes do Palácio Apostólico.

Joe Biden, o segundo presidente católico na história dos Estados Unidos, participará da cúpula do G20 em Roma de 30 a 31 de outubro.

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