A ultrassonografia realizada em uma mãe adolescente com um bebê de 38 semanas de gestação na marcha “Em favor da mulher e da vida” na Cidade do Mexico tornou-se viral e desatou a fúria dos defensores do aborto legal.

O vídeo postado no Twitter no dia 3 de outubro traz a mensagem “O momento comovente no qual realizam uma ecografia na marcha @Afavormujervida”, e mostra o momento em que um médico realiza o ultrassom a Ana, uma adolescente grávida.

 

Em um vídeo posterior é possível para escutar os batimentos cardíacos do bebê de Ana.

 

Os organizadores da marcha “A favor da mulher e da vida” disseram à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, que a menor, que compareceu ao evento e subiu ao palco voluntariamente, teve o consentimento dos pais para participar.

Segundo a Cartilha sobre Direitos Sexuais de Adolescentes e Jovens, elaborada pela Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH) do México e frequentemente utilizada para justificar o acesso ao aborto de menores, pessoas a partir de 12 anos têm “direito de decidir de maneira livre e informada sobre a vida reprodutiva”, bem como “direito de decidir livremente, de forma autônoma e informada sobre o corpo e a sexualidade”. Assim, podem tomar decisões como pedir a um médico para fazer um ultrassom.

Os defensores da legalização do aborto, porém, ficaram indignados com o ultrassom realizado na marcha que reuniu mais de 300 mil pessoas na Cidade do México e cerca de um milhão em todo o país.

O grupo feminista pró-aborto “As Bruxas do Mar” disse no Twitter que “o México é o país com o maior número de casos de abuso sexual infantil e gravidez na adolescência em todo o mundo. Essas pessoas acham que estes eventos são algo para comemorar, expondo uma menina como se fosse um circo no processo. Repugnantes”.

Entre as publicações que insultavam os defensores da vida com mensagens como "psicopatas" e "porcos nojentos", houve aqueles que disseram que “eu os odeio” e fizeram ameaças.

Guillermo Rafael Santiago Rodríguez, diretor-geral do Instituto Mexicano da Juventude (Imjuve), órgão do governo de Andrés Manuel López Obrador, escreveu: “não há nada de comovente em ver como um ultrassom é realizado em uma grávida adolescente, pelo contrário, é preocupante. Não normalizemos este tipo de imagens, não se trata de ideologias religiosas, mas de DIREITOS”.

O vídeo da ultrassonografia feito na marcha atingiu mais de 4,1 milhões de pessoas no Twitter e foi reproduzido mais de 860 mil vezes em pouco mais de 24 horas.

Para Rodrigo Iván Cortés, presidente da Frente Nacional pela Família, a crítica ao vídeo de ultrassom “é criar uma cortina de fumaça para que não se veja a magnitude e a dimensão de uma marcha como a de 3 de outubro”.

Cortés destacou que em comparação com as 300 mil pessoas que marcharam na Cidade do México e os milhões que o fizeram em todo o país em favor da mulher e da vida, os números das manifestações a favor do aborto empalidecem, porque é “um número muito pequeno de pessoas, mas muito coberto pela mídia”.

Além disso, criticou, as feministas, como em suas pequenas manifestações em 28 de setembro, marcharam "de forma violenta".

“Elas exigem que a violência seja legalizada ferindo e mandando para o hospital cerca de 27 policiais mulheres, exercendo uma violência terrível com marteladas, uma falta de consideração às mulheres”, disse.

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Em comparação, destacou, após as marchas em favor das mulheres e da vida em todo o México em 3 de outubro, "o número de feridos é nenhum".

O presidente da FNF sublinhou que “uma marcha destas proporções é o início de uma nova etapa”. “O público está muito mais ativo e muito mais consciente das atrocidades que um Supremo Tribunal de Justiça pode fazer que acaba cometendo injustiças supremas, do que pode fazer um Congresso local que tira a proteção da vida de sua população”, disse.

“Já estamos fartos da expansão da cultura da morte pelo crime organizado ilegal. E somos totalmente contra a que as próprias autoridades queiram expandir a cultura da morte para gerar o crime organizado, mas agora legalizado”.

“Também estamos fartos das restrições impostas às liberdades fundamentais, como consciência e religião”, disse ele.

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