O Papa Francisco expressou suas condolências pela morte do cardeal Nicholas Cheong Jinsuk, arcebispo metropolita emérito de Seul, Coreia do Sul, que morreu em 27 de abril.

Em um telegrama de condolências enviado pelo Santo Padre ao arcebispo de Seul, cardeal Andrew Yeom Soo-jung, o Pontífice afirma que “foi com tristeza que soube da morte do cardeal, arcebispo emérito de Seul, e ofereço ao senhor e ao clero, religiosos e fiéis leigos da Arquidiocese minhas sinceras condolências e a garantia de minhas orações”.

O Papa assegura que está unido à Igreja na Coreia “em agradecimento pelos muitos anos de serviço do cardeal Jin-suk à Igreja na Coreia e à Santa Sé, uno-me a todos que estarão reunidos para a Missa fúnebre solene, recomendando a sua nobre alma ao amor compassivo de Cristo Bom Pastor”.

“A todos os que choram a morte do saudoso Cardeal, na esperança certa da ressurreição, concedo de todo o coração a minha Bênção Apostólica como penhor de consolação e paz no Senhor Ressuscitado”, conclui o Papa Francisco.

Biografia

O cardeal Nicholas Cheong Jinsuk nasceu em Supyo Dong, Seul, em 7 de dezembro de 1931, em uma família católica. Foi batizado na catedral de Myongdong. Durante a sua infância viveu a ocupação japonesa de seu país.

Durante a crise social desencadeada após a libertação da Coreia, ele foi, como muitos outros cidadãos, influenciado pelo ateísmo que provinha da Rússia comunista. No entanto, em 1947, participou de encontros quaresmais durante seis semanas nos quais sentiu que a sua fé retornava.

Em 1950, quando era estudante de engenharia na Universidade Internacional de Seul, as tropas comunistas ocuparam a cidade. Cheong Jinsuk não conseguiu abandonar a cidade, por isso, teve que permanecer escondido durante quase 3 meses até que o exército recuperasse o controle da cidade. Finalmente, depois da entrada da China na guerra, abandonou Seul.

O futuro cardeal alistou-se então no corpo de defesa do cidadão, onde recebeu treinamento por 2 semanas e alcançou o posto de segundo tenente. No entanto, esses corpos de defesa foram desmantelados e Cheong Jinsuk foi para Daegu, onde o exército norte-americano estava procurando por homens jovens.

Como ele falava inglês, os norte-americanos o designaram para tarefas de gerenciamento de pessoas e tradução de documentos.

Depois da guerra, ele entrou no Seminário Maior de Song Shin e foi ordenado sacerdote em 18 de março de 1961.

Uma anedota notável desse período de sua vida é que, no momento em que foi ordenado sacerdote, os católicos eram menos de 1% na Coreia. O novo sacerdote então rezou para que chegasse a 10% da população, algo que se tornou realidade em 2000.

Como sacerdote, desempenhou várias funções pastorais na arquidiocese. Continuou a sua formação, por isso mudou-se para Roma para obter o título de Direito Canônico na Universidade Urbaniana.

Retornou à Coreia e em 25 de junho de 1970 recebeu a nomeação do Papa Paulo VI como bispo de Cheongju. Em 3 de outubro daquele ano recebeu a ordenação episcopal.

O novo Bispo tinha uma fé inabalável na oração e não duvidava em pedir a Deus coisas impossíveis para o bem da comunidade cristã. Assim, no momento da tomada de posse da diocese, em Cheongju havia 6 padres coreanos, 20 padres de Maryknoll e 22 paróquias.

Em seu primeiro dia como bispo, ele rezou a Deus para pedir: “Dê-nos 100 sacerdotes para esta diocese”, e quando ele a deixou, 28 anos depois, o número de padres diocesanos havia aumentado para 106.

De 1975 a 1999 ele foi membro do Comitê Executivo da Conferência Episcopal Coreana, e de 1983 a 2006, Presidente do Comitê de Assuntos Canônicos. De 1996 a 1999 foi presidente da Conferência Episcopal Coreana.

Em 3 de abril de 1998, o Papa São João Paulo II o nomeou arcebispo metropolita de Seul e, em 6 de junho do mesmo ano, administrador apostólico da diocese de P’yong-yang.

Participou da Assembleia Especial para a Ásia do Sínodo dos Bispos em 1998 e Bento XVI o nomeou cardeal no Consistório de 24 de março de 2006 com o título de Santa Maria Imaculada de Lourdes em Boccea.

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