Feministas tentaram destruir a imagem do Senhor do Milagre durante o ataque à catedral de Salta (Argentina) durante a manifestação pelo Dia da Mulher em 8 de março.

Desde o início da pandemia da Covid-19, uma réplica da imagem do Senhor do Milagre e outra da Virgem do Milagre foram colocadas no átrio do templo, para a devoção dos fiéis e transeuntes.

Na segunda-feira, 8, quando a Missa estava prestes a terminar, aproximadamente às 19h30, um grupo numeroso de feministas se aproximou da igreja e retirou à força as barreiras de segurança que protegiam o templo.

 

Segundo a rede de TV Multivisión, as mulheres enfrentaram o grupo policial que protegia a igreja. Em meio à desordem, picharam a fachada, jogaram tinta, pedras, gasolina e garrafas com urina. Depois, tentaram incendiar a catedral.

Como consequência, as imagens do Senhor do Milagre e da Virgem do Milagre foram danificadas. Não houve feridos entre os fiéis.

Na terça-feira, 9, o Arcebispo de Salta, Dom Mario Antonio Cargnello, disse em entrevista que o ataque à imagem do Senhor do Milagre é o que “mais nos dói. É como se tivessem atacado o coração do ser do saltenho”. "Estamos perplexos porque não podemos entender uma reação como essa do povo de Salta", expressou.

“Não dá para entender e dói, porque a ofensa é contra Deus, Nosso Senhor em sua imagem e contra os irmãos”, assegurou.

O Arcebispo de Salta disse que durante a pandemia muitos devotos vieram ao átrio da catedral para “pedir forças” ao Senhor do Milagre. As agressoras “não percebem que não estão nos ofendendo, mas ofendem o Senhor e o povo, isso é o que eu não consigo entender”, enfatizou.

Ao ser perguntado sobre os slogans lançados pelas feministas, relacionados aos abusos sexuais cometidos por membros da Igreja, Dom Cargnello disse que “nisso só posso pedir perdão ao Senhor pelas ofensas que podemos ter cometido e devemos reparar, mas ofender o Senhor dessa forma, isso é demais".

Da mesma forma, disse confiar na "capacidade de reflexão dos jovens" que cometeram esses atos criminosos e pediu que "as leis não permitam esses ultrajes". “Aqueles que têm de fazer as leis, legisladores provinciais e municipais, olhem para o que está acontecendo” na comunidade, concluiu.

Além disso, na cidade de San Luis, grupos feministas foram à catedral, na segunda-feira, para cometer excessos e jogaram tinta na polícia feminina que protegia o local.

O jornal El Chorrillero noticiou que também picharam a fachada da Clínica Rivadavia, que se declarou objetora de consciência diante da lei do aborto, assim como atacaram a igreja de Santo Domingo, uma igreja evangélica, uma sede da polícia turística e um edifício do poder judicial.

A este respeito, a Diocese de San Luis afirmou em um comunicado de 9 de março que “a comemoração foi ofuscada pelo vandalismo de um setor pequeno e violento de mulheres que violou os direitos de muitos cidadãos. É claro que muitas mulheres não se sentem representadas por esses pequenos e violentos setores”.

“Repudiamos e lamentamos os danos, mas acima de tudo nos solidarizamos com as policiais agredidas, rezamos para que possam recuperar logo a saúde, perdida pelas agressões”, concluiu.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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