O Ano de São José, convocado pelo Papa Francisco, celebra “a santidade, a espiritualidade e o silêncio fecundo do pai de Jesus” e ensina a “nos colocarmos a serviço do plano de Deus”, indicou o Bispo de Campanha (MG), Dom Pedro Cunha Cruz.

Em um recente artigo, intitulado “São José, esposo da Virgem Maria e Patrono da Igreja Universal”, o Prelado indicou o que se pode aprender com este santo.

Primeiramente, Dom Pedro Cruz recordou que “Deus confiou a São José as ‘primícias da Igreja’, isto é, Maria e o Menino”. Assim, é o “protetor da cabeça e da mãe da Igreja, solícito e vigilante” e também “um homem justo”.

“Ele viveu a obediência da fé. Foi um fiel cumpridor da vontade de Deus”, pontuou.

Nesse sentido, Dom Pedro Cruz explicou que, em hebraico, o termo “justo” significa “‘justiça’ (e justificação) no sentido de salvação, o poder e a vontade salvífica de Deus”, o qual é Ele mesmo “o agente desta justiça”.

“Deus quer justificar o seu povo ao enviar o seu Filho. A justiça de Javé está em suas ações salvíficas, seja na história de Israel, seja no futuro messiânico”, assinlou.

Além disso, explicou que “justo significa inocente, qualidade de não imputável”, ou seja, “o justo é o homem de boa conduta”.

Dessa forma, observa que, quando o Evangelho de São Mateus (1,19) se refere a São José com a expressão “Sendo justo”, significa que, ao saber da gravidez de Maria e decidir rejeitá-la secretamente para não difamá-la, esta “foi uma decisão de clemência”.

Trata-se, ressaltou o Bispo, de uma decisão “reveladora não apenas da sua sabedoria e do domínio de si mesmo, mas também de sua benevolência e misericórdia, próprias de um homem justo; pois, para os hebreus, o noivado já era um compromisso decisivo relativo ao matrimônio. Faltava-lhe apenas a sanção da vida em comum ou a dois”.

Em seguida, sublinhou, “José compreendeu o Mistério da Encarnação de Cristo, concebido por Maria na disponibilidade e gratuidade do serviço a Deus”.

Assim, “depois de Maria, toda a Igreja deve uma singular graça e reverência a São José”, pois ele se tornou “colaborador disponível e generoso do projeto da salvação com que Deus agraciou toda a humanidade”.

Segundo explicou Dom Pedro Cruz, “Deus escolheu os justos e os simples para realizar seu amor no meio do seu povo”. Por isso, acrescentou, “somos chamados a louvar a Deus pelo ‘sim’ de São José; ‘sim’ não verbal, mas comportamental”.

O esposo de Maria, indicou o Bispo, “não resiste a Deus” e, “mesmo sem falar, ele pode ser considerado o homem do ‘sim’ (‘José fez conforme o anjo do Senhor lhe havia ordenado’)”.

“Todos nós nos beneficiamos do silêncio afirmativo de São José”, garantiu o Prelado, observando que, “em um mundo ‘líquido’ e de muitos ruídos, falar de São José parece um sinal de contradição, pois aprendemos com ele a ver a presença de Deus nas pequenas coisas, mesmo sem entender plenamente a vontade Dele”.

Além disso, o Prelado recordou que, “na história da salvação coube também a São José dar o nome ao Filho de Deus”. E explicou que “o nome indica a identidade, o carisma e a função de Jesus”.

Cabia ainda a São José “formar Jesus na tradição e na fé dos patriarcas, pois Deus lhe confiou a formação humana, cultural e espiritual de seu Filho”. Por outro lado, “deu-lhe também a graça especial de ser pai de Jesus e da Igreja”, uma “graça paterna” que “São José a exerceu com alegria e humildade”.

Dessa forma, assinalou Dom Pedro Cruz, “celebrar o ano dedicado a São José [...]  é celebrar a santidade, a espiritualidade e o silêncio fecundo do pai de Jesus”.

“José foi apenas um servo humilde e perseverante, que abandonou seus projetos pessoais para cumprir o que o Senhor lhe pediu em sonho”, afirmou o Bispo, ao desejar “que seu silêncio e seu ‘sim’ nos inspirem a meditar o Mistério de seu Filho, como centro de nossa vida e missão”.

“Aprendamos com São José a beleza singela de nos colocarmos a serviço do plano de Deus, a fim de que suas virtudes produzam em nós muitos frutos”, concluiu.

Ano de São José

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O Ano de São José foi convocado pelo Papa Francisco para comemorar os 150 anos do decreto Quemadmodum Deus, com o qual o beato Pio IX declarou o santo como Padroeiro da Igreja universal. Teve início em 8 de dezembro de 2020 e seguirá até 8 de dezembro de 2021.

Em sua carta apostólica Patris Corde, o Pontífice indicou que deseja destacar o papel de São José como um pai que serviu sua família com caridade e humildade, acrescentando que “a Igreja hoje precisa dos pais”.

Além disso, durante o Ano de São José, a Igreja Católica concederá indulgências de acordo com uma série de condições estabelecidas pela Penitenciária Apostólica e realizando as condições prescritas pela Igreja: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração pelas intenções do Santo Padre.

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