"O povo argentino quer a vida, não a morte", expressou o Bispo Auxiliar de La Plata e membro da Academia Pontifícia para a Vida, Dom Alberto Bochatey, por ocasião da condenação contra o médico Leandro Rodríguez Lastra por se recusar a realizar um aborto, que poderia levá-lo à prisão ou à desqualificação de sua profissão.  

Em 21 de maio, o ginecologista da cidade de Cipolletti, Rodríguez Lastra, foi considerado culpado de ter descumprido seus deveres de funcionário público pelo Tribunal de Río Negro.

Foi condenado porque em maio de 2017 se recusou a realizar o aborto de um bebê de 23 semanas de gestação e estabilizou a vida de sua mãe, de 19 anos, que chegou com fortes dores ao Hospital Pedro Moguillansky da cidade de Cipolleti.

A jovem havia ingerido misoprostol administrado pela organização La Revuelta.

"O que todos nós queremos são leis de justiça no país," mas condenam Rodriguez Lastra "por salvar as duas vidas", expressou Dom Bochatey à Rádio Grote da Federação de Círculos Católicos de Operários.

O Bispo disse que "é a primeira vez que temos leis que obrigam nossos médicos a matar".

Neste sentido, advertiu que existem legislações que "cumprem todas as regulamentações legais, mas não necessariamente a justiça; por isso que lutamos tanto, para que a Argentina tenha leis justas e equilibradas onde a vida esteja sempre protegida”.

A sentença contra o médico "é uma consequência da cultura da morte, do descarte, da injustiça, da ideologia e não dos verdadeiros critérios e valores do povo argentino. Porque o povo argentino quer a vida e não a morte", assegurou Dom Bochatey.

Por sua vez, a Comissão Federal de Advogados Pró-vida também rejeitou o veredicto e encorajou a sociedade a "não ficar calada diante de tal ato nefasto de perseguição aos pró-vidas".

Por isso, a Unidade Pró-vida da cidade de Cipolletti indicou que "apresentará recurso em segunda instância, que pode mudar o resultado". "Isso não termina aqui. Nós vamos continuar. Agradecemos a todos aqueles que dão e continuarão dando seu apoio a Leandro", afirmou a organização.

Unidade Pró-vida assinalou que, embora o médico tenha sido considerado culpado por salvar duas vidas "os principais promotores do aborto clandestino" continuam "livres sem serem julgados por exercício ilegal da medicina e por abertamente promoverem a prática de um crime".

Além disso, Médicos pela Vida e outras organizações incentivam o apoio ao ginecologista, juntando-se a uma marcha nacional em 8 de junho às 14h (horário local).

O tribunal publicará a sentença nos próximos dias, que pode variar desde a suspensão e desqualificação da profissão, até dois anos de prisão.

Enquanto isso, o ginecologista Rodriguez Lastra disse que vai recorrer da decisão do Tribunal de Río Negro.

 

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