Maria Dolores Aveiro, a mãe do craque português Cristiano Ronaldo, já revelou ao mundo que chegou a pensar em abortar seu filho, mas um médico não permitiu; porém, recente artigo do site ‘Diário de Notícias’ recordou sua história, ressaltando como “a mão de Deus” agiu em sua vida.

O artigo ‘Maria Dolores Aveiro: a mão de Deus’, de Dulce Garcia, narra como a mãe enfrentou dificuldades familiares em sua história até ser atualmente mãe de quatro filhos, entre os quais o atacante português.

Maria Dolores ficou órfã de mãe aos 6 anos de idade e, com sua irmã Laurentina, então com 4 anos, foi enviada a um orfanato pelo pai, sendo afastada dos outros irmãos.

Neste local, embora recebesse os cuidados necessários, “tinha saudades da mãe, sentia a falta do pai e dos irmãos e transformava essa amálgama de dor num comportamento que as freiras consideravam deplorável”.

Durante muitos fins de semana, ficou sem receber a visita do pai, testemunhando apenas “a alegria das outras miúdas” que recebiam seus familiares. Até que certo dia, seu pai foi visitá-la, porém, acompanhado por uma mulher que se tornaria sua madrasta e que já tinha cinco filhos, os quais passaram a morar com seu pai.

Mais tarde, devido ao comportamento de Dolores e suas fugas, a madre superiora chamou seu pai “e comunicou-lhe que se podia sustentar cinco filhos que nem dele eram, haveria de arranjar maneira de alimentar mais uma boca, sangue do seu sangue, que ali só servia para semear a desobediência”.

Assim, aos 9 anos, retornou para casa, onde começou “outra etapa do seu calvário”, ao sofrer maus-tratos por parte da madrasta, a quem o pai lhe obrigava chamar de mãe. Além disso, aos 13 anos teve que sair da escola para trabalhar.

Tempos depois, já aos 18 anos, quando seu pai soube que estava namorando Dinis Aveiro, deu o prazo de três meses para que casasse e saísse de casa. Assim o fez e logo depois, aos 19 anos, já tinha a primeira filha e estava grávida do segundo.

Em seguida, seu marido foi para a guerra e quando retornou da África, “já não era aquele com quem casara”. No livro ‘Mãe Coragem’, editado pela Matéria-Prima, o autor Paulo Sousa Costa descreve que “Dinis não apresentava sinais de recuperação, de reação, de querer sair do buraco negro onde se enfiara desde que viera da Guerra Colonial. Tinha deixado de trabalhar e o álcool passar a ser o aliado das suas batalhas interna”.

Diante disso, Dolores decidiu emigrar, “juntando-se a um irmão que vivia em França”. Porém, “seis meses depois, as saudades trouxeram-na de volta a casa e a família cresceu”, com a terceira filha.

Sobre esta época, relata o artigo, “Maria Dolores trabalha de sol a sol para sustentar três filhos e uma casa, sem poder contar com o apoio do marido – que, ainda assim, jamais crucifica”.

Foi então que descobriu a quarta gravidez, “e é aqui que a mão de Deus a agarra, firme”, narra o texto aparecido no jornal português Diário de Notícias.

Ao acreditar que não conseguiria “lutar por mais um”, procurou um médico “com a intenção de fazer um aborto mas este recusa pactuar com tal solução”.

Entretanto, conta o artigo, “pela boca de uma das filhas da madrasta, ouve falar numa mezinha para fazer o desmancho em casa: beber o conteúdo de uma cerveja preta fervida e correr até perder as forças” e “ao fim de poucas horas o embrião seria expulso”.

“Mas Deus tinha outros planos para ela – para eles”, acrescenta o texto, ao contar que “ao cabo das tais horas que seriam de aborto, e como nada acontecesse ao bebê, percebeu que ia ser mãe de novo”.

“Quem sabe o médico não tinha razão quando, para a dissuadir do aborto, lhe dissera que aquela criança ia ser a alegria da casa?”, completa.

Assim, desistiu definitivamente de abortar o quarto filho, que nasceu em 5 de fevereiro de 1985 no Funchal, e que Dolores batizou como Cristiano Ronaldo dos Santos Aveiro mas a história viria a batizá-lo simplesmente como “CR7”, um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos.  O autor Paulo Sousa Costa conta ainda em seu livro que, após o parto e "para atenuar a tensão do momento”, o médico lançou uma frase profética sobre o menino, e que ficou para sempre na memória de Dolores: ‘Com uns pés como estes, vai ser jogador de futebol’”.

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