Em 2008, Diana Contreras foi vítima de uma violação. Depois desta agressão brutal, ocorrida no sul do Chile, a adolescente de 15 anos ficou grávida e submersa em uma dor que depois de anos a levaria a descobrir a sua missão de vida como defensora dos direitos dos não nascidos.

Quando estava grávida, “tinha medo, não queria ser mãe e guardei segredo”, recordou Diana em seu testemunho publicado pela página pró-vida ‘Salvar el 1’.

Com 3 meses de gravidez, a jovem perdeu seu bebê espontaneamente. Naquele mesmo ano, tentou se suicidar e foi parar no hospital com um tratamento para a depressão.

No hospital, recordou Diana, foi “horrível escutar as pessoas que sabiam da minha situação dizendo que isto era algo bom. Eles diziam: ‘Pelo menos, você não verá o rosto dele’”.

Entretanto, Diana conta: “No fundo do meu coração, mesmo pensando em como concebi esta criança, sofri muito”.

Alguns anos depois deste acontecimento, Diana se apaixonou por um homem e em 2014 ficou grávida do seu segundo filho, Gabriel. No entanto, com 7 meses de gestação o coração da criança parou de bater.

“Quando cheguei ao hospital, o médico contou para a minha mãe sobre o meu primeiro bebê e ainda me trataram mal porque pensaram que eu tinha sido negligente com a minha gravidez para causar a sua morte”, recordou.

“Dei à luz sozinha, não deixaram ninguém entrar e o meu filho foi levado como se a sua vida não valesse nada. Deixaram-me com a subida do leite e pude ver o meu filho Gabriel em péssimas condições, em um frasco”, contou Diana.

A jovem ficou muito triste por esta segunda perda que a levou inclusive a ficar sem trabalho. Apesar disso, sentia que de alguma maneira Deus “tinha me protegido quando tentei me suicidar” depois da primeira perda.

“Após a violação, desvalorizei-me tanto que cheguei a me prostituir”. Mas com a morte do seu segundo filho perguntou para Deus: “Por que permites estas cosas?” e pediu-lhe “uma explicação para entender isto, porque já estava sem vontade de continuar neste mundo”.

Um dia, Diana tomou uma decisão que mudou a sua vida: “Entreguei a Deus a minha dor”.

Ao aproximar-se da fé, a jovem compreendeu que muita gente sofria como ela “e não queria que sentissem que não valiam nada”.

“Eu disse a Deus: ‘Bom, o senhor não pode devolver os meus filhos ou a minha virgindade, nem a juventude que eu perdi, mas pode me aconselhar para ajudar os outros’”, expressou a jovem.

“Comecei a perdoar”, continuou Diana. “Primeiramente a mim mesma por ter me desprezado. E, em seguida, a todas as pessoas que me causaram dano: médicos, enfermeiros... e também o meu abusador. Foi muito difícil para mim. Mas com o perdão tive paz”.

Atualmente, Diana Contreras é estudante de enfermagem e presidente da Fundação ‘Ángel de Luz’, que defende a identidade dos bebês falecidos antes de nascer no Chile.

“Se hoje eu estou de pé, é pela misericórdia de Deus. Compreendi que até as coisas mais tristes deste mundo têm um propósito. E Deus é capaz de tirar até a maior dor e devolver a vontade de viver. Ele te recompensa por cada provação que você passou”, afirmou.

“Agora estou solteira e lutando contra tudo para defender os direitos dos não nascidos em memória de meus filhos, em memória da minha própria dor, porque o que mais precisamos é o apoio para seguir em frente sem ter que matar ninguém”, concluiu Diana Contreras.

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