A causa de beatificação do Arcebispo Fulton Sheen, conhecido por evangelizar através dos meios de comunicação nos Estados Unidos, poderia ser reatada graças ao pedido de alguns familiares para transladar seus restos à Diocese de Peoria, em Illinois.

Joan Sheen Cunningham, o parente mais idoso do falecido Arcebispo, junto com outros familiares, apresentou um pedido legal ante o Supremo Tribunal do Estado de Nova Iorque a fim de que o corpo seja transladado a uma cripta na Catedral da Santa Maria (Peoria).

“Com o progresso conseguido para a causa, poderia ser beatificado pouco depois da chegada dos restos a Peoria e com a aprovação do Papa Francisco”, expressou em 14 de junho a Diocese de Peoria.

Do mesmo modo, assinalou que o traslado poderia ser feito lodo depois que a Corte garanta a aprovação do pedido e que “em um futuro muito próximo” o Vaticano ordene que a cerimônia de beatificação aconteça em Peoria.

O Bispo de Peoria, Dom Daniel Jenky, disse que sua Diocese está “imensamente agradecida” pela obra de Cunningham e sua família e assegurou que está esperando que a causa de beatificação do Prelado seja reatada.

Dom Jenky abriu a causa de canonização do Arcebispo Sheen em 2002. Nesse mesmo ano, o então Papa Bento XVI reconheceu que Fulton Sheen tinha virtudes heroicas e, em março de 2014, uma equipe médica do Vaticano certificou que o milagre atribuído à sua intercessão não podia ser explicado pela ciência.

O estudo deste possível milagre também obteve o visto da Comissão de Teólogos em junho de 2014.

Apesar do progresso da causa de beatificação, o corpo do Arcebispo Sheen se tornou motivo de discussão entre a Diocese de Peoria e a Arquidiocese de Nova Iorque.

O corpo do Prelado está enterrado na cripta da catedral de São Patrício em Nova Iorque e a Diocese de Peoria foi incapaz de obter a permissão para exumar e transladar seus restos. Por esse motivo, Dom Jenky suspendeu a causa de beatificação em setembro de 2014.

A Arquidiocese de Nova Iorque afirma que o Arcebispo Sheen expressou seu desejo de que seus restos fossem enterrados em Nova Iorque. Também citou uma instrução oficial da Santa Sé há 10 anos, a qual indicava que o corpo de Sheen não seria transladado a Peoria.

Devido a tal instrução, o Cardeal Timothy Dolan, Arcebispo de Nova Iorque, disse em 2014 que era contra a retirada do cadáver antes de receber permissão explícita do Vaticano e dos membros próximos da família.

“Estou seguro de que a Arquidiocese de Nova Iorque vai cooperar plenamente com o pedido da família do Arcebispo Sheen”, disse Dom James Kruse, Vigário Geral da Diocese de Peoria.

“Não consigo imaginar que a Arquidiocese se oponha ao pedido da família apresentado na Corte. Esperamos que a Arquidiocese ofereça seu consentimento para agilizar estes assuntos”, acrescentou.

De acordo com a Diocese, a Congregação para as Causas dos Santos não se opõe à transferência do corpo. Também manifestou que a Congregação expressou em várias ocasiões seu reconhecimento pela promoção da causa de beatificação.

O Arcebispo Sheen nasceu no dia 8 de maio de 1895 nos Estados Unidos. Foi ordenado sacerdote em 1919 e logo se tornou uma figura popular na rádio, na década de 30.

Foi apresentador do programa de rádio “Hora Católica” e do programa de televisão “A Vida vale a pena ser vivida”, ganhador do Emmy, e chegou a uma audiência de milhões durante sua carreira nos meios de comunicação.

O Servo de Deus Fulton Sheen escreveu muitos livros e dirigiu a Sociedade para a Propagação da Fé nos Estados Unidos.

Do mesmo modo, dedicou o dinheiro obtido com seus livros às missões no exterior. Seu trabalho ajudou a criar nove mil clínicas, dez mil orfanatos e mil e duzentas escolas. As instituições ajudadas pelas suas doações atualmente educam 80 mil seminaristas e nove mil religiosas.

O Servo de Deus continuou sendo uma figura líder do catolicismo nos Estados Unidos até sua morte, em 1979, aos 84 anos de idade.

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