15 de dezembro de 2025 Doar
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Católico e conservador, Kast é eleito presidente do Chile

José Antonio Kast, presidente eleito do Chile. | Equipe Kast via Flickr (CC BY 4.0)

Depois de ser derrotado nas eleições gerais por Jeannette Jara, candidata do Partido Comunista do Chile, José Antonio Kast reverteu o resultado no segundo turno das eleições e foi eleito presidente do Chile.

Com 58,16% dos votos, e em linha com sondagens que previam uma vitória com mais de 55%, o candidato do Partido Republicano do Chile prevaleceu sobre Jara, que obteve 41,84%, com uma diferença de cerca de 16%.

Com 99,97% das urnas apuradas, com uma diferença de cerca de dois milhões de votos válidos, o segundo turno eleitoral traz uma mudança na direção política do país.

José Antonio Kast assumirá a presidência do Chile em 11 de março de 2026. No mesmo dia, os parlamentares eleitos no mês passado também tomarão posse.

“A democracia falou alto e claro. Acabei de entrar em contato com o presidente eleito @joseantoniokast para desejar-lhe sucesso para o bem do Chile”, escreveu Jara em sua conta na rede social X, reconhecendo sua derrota.

“Àqueles que nos apoiaram e foram convocados pela nossa candidatura, tenham certeza de que continuaremos trabalhando para promover uma vida melhor em nosso país. Juntos e firmes, como sempre fizemos”, disse Jara.

Palavras de Kast

“É um dia especial. É um dia que nos acompanha, que nos faz perceber os distintos dias em que as coisas acontecem. E este é o dia da alegria”, disse Kast ontem (14) a milhares de seus apoiadores em Santiago, capital do Chile, referindo-se ao terceiro domingo do Advento, conhecido como Domingo Gaudete.

O presidente eleito agradeceu à sua mulher, María Pía, que ele disse “que será uma primeira-dama extraordinária”, e disse que o que faz na política não é um sacrifício, mas um privilégio que vive “com uma alegria, uma paixão, que vocês não podem imaginar, e que queremos levar juntos para La Moneda (o palácio presidencial do Chile) e fazer essa mudança tão importante”.

“Mas nada seria possível se não tivéssemos Deus. E isso é algo que não podemos deixar de reconhecer”, disse Kast. O presidente eleito rezou para que Deus lhe dê “sabedoria, temperança e força para sempre estar à altura desse desafio”.

“Aqui, não venceu uma pessoa, não venceu um partido, o Chile venceu”, disse ele. “A esperança de viver sem medo venceu. O medo que aflige as famílias. O Chile que trabalha, o Chile que acorda cedo, o Chile que cria suas famílias e seus filhos com grande sacrifício, venceu”.

Dizendo desejar que o governo recupere o senso de responsabilidade para com os outros, José Antonio Kast disse que "vamos restabelecer o respeito à lei em todas as regiões, sem exceções e sem privilégios" de qualquer tipo.

Kast agradeceu a outros candidatos que expressaram publicamente apoio a ele, como Johannes Kaiser, e falou à candidata do Partido Comunista do Chile: “Um governo tem apoiadores e opositores. E isso é normal. E é legítimo. E, claramente, Janeth Jara e eu temos profundas divergências”, disse ele, incentivando a todos a conviverem com respeito para superar a divisão.

“E temos que nos lembrar disso”, disse ele. “Alguém pode ter uma ideologia diferente, mas é uma pessoa como nós”.

Saudações da Conferência Episcopal do Chile

Bispos do comitê permanente da Conferência Episcopal do Chile (CECh) parabenizaram o presidente eleito e disseram que, tendo sido eleito, o país "o confia a tarefa de liderar a nação em tempos que exigem clareza, generosidade e um profundo compromisso com o bem comum".

Os bispos disseram que "a eleição presidencial renova a esperança de avançar rumo a um país mais justo, fraterno e solidário, onde a força da razão sempre prevaleça sobre a razão da força".

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Os bispos encorajaram José Antonio Kast a “promover um ambiente de diálogo, encontro e respeito, essencial para a reconstrução da confiança social".

“Como pastores da Igreja no Chile, reafirmamos nossa vocação de contribuir para o bem comum por meio da missão que nos foi confiada pelo Evangelho”, disseram eles.

Falando sobre sua preocupação com “a crescente desvalorização dos migrantes e das pessoas vulneráveis”, a CECh falou sobre sua disposição em colaborar com orações e esforços para o bem comum do país e, em seguida, confiaram Kast à proteção de Nossa Senhora do Carmo, padroeira do Chile.

Quem é José Antonio Kast, o novo presidente do Chile?

Nascido em Santiago em 1966, José Antonio Kast é advogado e político com uma longa carreira. O líder do Partido Republicano do Chile foi vereador, deputado federal por quatro mandatos consecutivos e candidato à presidência em três ocasiões.

José Antonio Kast é católico praticante e faz parte do Movimento Apostólico de Schoenstatt. É casado desde 1991 com María Pía Adriasola Barroilhet, com quem tem nove filhos.

Kast se define simplesmente como "de direita". Historicamente, ele foi membro do partido União Democrática Independente, mas concorreu à presidência do Chile em 2017 como candidato independente. Depois de sua derrota, liderou o movimento Ação Republicana. Ele fundou o atual Partido Republicano do Chile em 2019 e, em 2021, concorreu à presidência como candidato do partido.

O que se espera do novo governo em relação ao aborto e à gestão da crise migratória?

O presidente eleito do Chile se posicionou como defensor da “vida desde a concepção até a morte natural”. Embora o governo do atual presidente do Chile, Gabriel Boric, tenha ameaçado contestar a lei que eliminaria os três motivos pelos quais o aborto é permitido no país, a campanha de Kast deixou de lado a “agenda de valores” para se concentrar na crise da criminalidade, da violência e no aumento da imigração que o país atravessa.

Em sua campanha mais recente, Kast endureceu sua retórica contra imigrantes sem documentos. Sua proposta é que os 336 mil imigrantes sem documentos que vivem no Chile voltem voluntariamente aos seus países de origem e contribuam para o custo de suas passagens de volta.

Caso não saiam por vontade própria antes do início de seu mandato, o presidente eleito do Chile disse que imporá sanções: “Se alguém não sair voluntariamente e tivermos que encontrá-lo e expulsá-lo, essa pessoa jamais voltará a pisar em solo chileno”, declarou, segundo o jornal El País.

Sua “contagem regressiva” para expulsar imigrantes foi criticada pelo arcebispo de Concepción, Sergio Pérez de Arce, que disse que “a resposta aos migrantes em situação irregular no país não pode ser só saiam agora, voluntariamente, ou os expulsaremos com a roupa que estiverem vestindo daqui a 100 dias”.

“Compartilho da sua preocupação”, disse Kast no debate final da campanha presidencial, moderando o tom que caracterizou sua campanha, lamentando que a situação da imigração no Chile tenha sido agravada por ações de organizações criminosas. “Crianças foram abusadas, pessoas foram exploradas e precisam pagar a outros para levá-las ao Chile”, disse ele.

Kast disse que, embora a Igreja tenha um papel de “acolhimento, solidariedade e caridade”, o Estado “tem que fazer cumprir a lei” e falou sobre a promessa de que aqueles que violarem as normas de imigração enfrentarão punições: “Se alguém vai infringir a lei, deve ser apanhado se cometer um crime”.

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