5 de dezembro de 2025 Doar
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É um chamado autêntico do Evangelho, diz bispo nomeado para chefiar pastoral LGBT+ da CNBB

Dom Arnaldo Carvalheiro Neto, bispo de Jundiaí (SP) | Comunicação//Diocese de Jundiaí

O bispo de Jundiaí (SP), dom Arnaldo Carvalheiro Neto, foi nomeado bispo referencial para o acompanhamento pastoral da Rede Nacional de Grupos Católicos LGBT+ até 2028, pela presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). “Recebi esse convite da CNBB com muita alegria e profunda disponibilidade interior”, disse dom Arnaldo Carvalheiro à ACI Digital. “Para mim, não se trata apenas de uma tarefa administrativa, mas de um chamado autêntico do Evangelho: estar onde a Igreja é mais necessária, acompanhar aqueles que muitas vezes caminham feridos e assegurar que todos encontrem no seio da comunidade cristã um lugar de acolhida, verdade e conversão”.

A nomeação ocorreu no dia 17 de outubro, segundo o Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB), organismo da CNBB, filiado a Rede Nacional.

Segundo o bispo, “o cuidado pastoral com minorias sociais não é novidade” em seu ministério. Quando era bispo de Itapeva, ele trabalhou “com catadores de lixo, refugiados venezuelanos, indígenas e outras populações vulneráveis”, e quando chegou na “diocese de Jundiaí, já em 2022”, teve “a alegria de conhecer a Comunidade Diversidade e Fé, formada por católicos LGBT+, pais e familiares” que é “um espaço de oração, estudo e acolhida”.

 LGBT+ é uma sigla formada pelas palavras “lésbicas”, “gays”, “bissexuais”, “transsexuais” usada pelos militantes da ideologia de que a sexualidade humana independe do sexo e se manifesta em gêneros muito mais variados do que homem e mulher.

A ideia contraria à Escritura e a doutrina da Igreja. O livro do Gênesis 1, 27 ensina que “Deus criou o ser humano à sua imagem, à imagem de Deus o criou. Homem e mulher Ele os criou”, na tradução oficial da CNBB.

O Catecismo da Igreja Católica diz, no número 369: “O homem e a mulher foram criados, quer dizer, foram queridos por Deus: em perfeita igualdade enquanto pessoas humanas, por um lado; mas, por outro, no seu respectivo ser de homem e de mulher. “Ser homem”, “ser mulher” é uma realidade boa e querida por Deus: o homem e a mulher têm uma dignidade inamissível e que lhes vem imediatamente de Deus, seu Criador. O homem e a mulher são, com uma mesma dignidade, “à imagem de Deus”. No seu «ser homem» e no seu “ser mulher”, refletem a sabedoria e a bondade do Criador.

Função institucional

“O contato pastoral com pessoas LGBT+ já fazia parte do meu cotidiano. A novidade agora é o caráter institucional, mais amplo e articulado, que exige diálogo com todo o Brasil”, disse dom Arnaldo destacando que “a essência permanece imutável: cuidar de filhos e filhas de Deus que desejam viver plenamente sua fé na Igreja”.

Dom Arnaldo Carvalheiro disse que seu papel, como bispo referencial “não é criar uma pastoral paralela ou um organismo independente, mas acompanhar, orientar e garantir a plena comunhão eclesial da Rede Nacional de Grupos Católicos LGBT+, que já possui uma história consolidada de mais de 15 anos e está vinculada à CNLB”.

“É uma realidade que nasce da vida do povo de Deus e que se organiza de maneira muito séria, com uma coordenação nacional e coordenações regionais que articulam grupos espalhados por todo o país, todos desejosos de viver o seu batismo com maturidade, fidelidade ao Evangelho e inserção concreta na vida da Igreja”, disse o bispo. “Nesse sentido, o meu acompanhamento episcopal se expressa sobretudo na presença e na escuta: estar perto das coordenações, compreender suas necessidades, discernir seus desafios e animar sua missão. Também implica oferecer formação doutrinária, espiritual e pastoral, ajudando os grupos a se orientarem sempre pela Palavra de Deus, pelo Magistério da Igreja e pela Doutrina Social, de modo que sua atuação se mantenha enraizada na Tradição viva da fé”.

“Todo acompanhamento parte naturalmente daquilo que a Igreja, à luz das Escrituras, sempre ensinou através dos séculos, sempre atenta às necessidades e desafios de seu tempo”, disse o bispo ressaltando que “na Igreja, nunca se separa a doutrina da pastoral”, mas “ambas caminham juntas, sempre em vista da verdade e da salvação de toda pessoa humana”.

Escritura, tradição e magistério definem atos homossexuais como pecado

A doutrina católica sobre a homossexualidade está resumida em três artigos do Catecismo. O nº 2.357 diz que “a homossexualidade designa as relações entre homens ou mulheres, que experimentam uma atração sexual exclusiva ou predominante para pessoas do mesmo sexo. Tem-se revestido de formas muito variadas, através dos séculos e das culturas. A sua gênese psíquica continua em grande parte por explicar. Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves a Tradição sempre declarou que “os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados”. São contrários à lei natural, fecham o ato sexual ao dom da vida, não procedem duma verdadeira complementaridade afetiva sexual, não podem, em caso algum, ser aprovados”.

No nº 2.358 diz que “um número considerável de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais profundamente radicadas. Esta propensão, objetivamente desordenada, constitui, para a maior parte deles, uma provação, devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á, em relação a eles, qualquer sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar na sua vida a vontade de Deus e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar devido à sua condição”.

E o nº 2359 destaca que “as pessoas homossexuais são chamadas à castidade. Pelas virtudes do autodomínio, educadoras da liberdade interior, e, às vezes, pelo apoio duma amizade desinteressada, pela oração e pela graça sacramental, podem e devem aproximar-se, gradual e resolutamente, da perfeição cristã”.

Risco de desvio ideológico

“Além disso, é minha responsabilidade promover a articulação com os bispos e as dioceses, criando pontes, favorecendo a integração e garantindo que esse trabalho seja reconhecido e acolhido dentro da dinâmica pastoral da Igreja no Brasil”, disse Carvalheiro. “Tudo isso exige um contínuo exercício de discernimento, para que a Rede permaneça fiel ao Evangelho e ao espírito missionário da Igreja, evitando tanto o fechamento em si mesma quanto qualquer forma de instrumentalização ou desvio ideológico, que enfraqueceria sua identidade e sua vocação”.

‘Profunda gratidão’

A Rede Nacional de Grupos Católicos LGBT+ disse em nota nas suas redes sociais que a nomeação de dom Arnaldo “foi recebida com profunda gratidão”.

Para a rede, a nomeação “reforça que a sinodalidade acontece quando o povo de Deus caminha unido, discernindo novos caminhos de cuidado pastoral e presença evangelizadora”.

Esta conquista é resultado do trabalho e dedicação pastoral de grupos que há uma década lutam pela dignidade da fé de cristãos leigos e leigas LGBT+ na igreja e na sociedade, aliado ao diálogo e à parceria com o Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB)”, disse a pastoral.

A Rede Nacional de Grupos Católicos LGBT+ foi criada em julho de 2014, no I Encontro Nacional de Católicos LGBT, no Rio de Janeiro. A missão do grupo, segundo seu site, é “promover e difundir a Boa Nova de Jesus Cristo e o projeto plenamente inclusivo do Reino de Deus, partilhando a experiência do Amor, da Liberdade, da Justiça e da Vida em abundância com todas as pessoas que são excluídas da Igreja e/ou da sociedade em virtude de sua identidade de gênero e/ou orientação sexual”

“Seguimos firmes na missão que o Espírito nos inspira: ser presença de esperança, de comunhão e de serviço, como sujeitos eclesiais, contribuindo para uma Igreja cada vez mais aberta às realidades humanas, fiel a Jesus e atenta aos sinais dos tempos”, disse a Rede em sua nota.

Além de ser filiada ao CNL, a Rede Nacional de Grupos Católicos LGBT+ é membro da Global Network of Rainbow Catholics (Rede Global de Católicos Arco-íris) e está presente nas cinco regiões do Brasil.

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A imagem do arco-íris é usada pelos defensores da ideologia de gênero para significar que a sexualidade humana não é dividida nos polos discretos homem e mulher, mas seria como uma gama de variações infinitesimais como as cores em um arco-íris.

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