Nov 18, 2025 / 10:34 am
A elaboração do documento Mater populi fidelis (Mãe do povo fiel), do Dicastério da Doutrina da Fé que restringe o uso dos títulos de Corredentora e Medianeira para Nossa Senhora, teve uma característica marcante: “não foram encontrados mariólogos que colaborassem” com a redação e divulgação, segundo o padre Maurizio Gronchi, consultor do Dicastério para a Doutrina da Fé.
Segundo o padre Gronchi, o trabalho do Dicastério para a Doutrina da Fé tem sido historicamente "colegial". Para cada tema em estudo, o departamento da Santa Sé tem a contribuição de consultores internos e especialistas externos, entre outras fontes.
No caso da nota doutrinal sobre alguns títulos de Nossa Senhora, nem os professores da Faculdade de Teologia Marianum nem os membros da Pontifícia Academia Mariana Internacional (PAMI) participaram da apresentação do documento na cúria jesuíta. Isso pode ser interpretado como um “silêncio” que “pode ser entendido como dissidência”, disse o padre Gronchi à ACI Prensa, agência em espanhol do Grupo ACI.
A ACI Prensa, agência em espanhol do Grupo ACI, tentou entrar em contato com a PAMI, mas a academia não quis comentar.
Na sequência das reações geradas pelo recente documento da Santa Sé, o padre Gronchi disse que considerar a Virgem como “Corredentora” ou “Mediadora” distorce a fé cristã e leva a uma visão supersticiosa.
“É supersticioso pensar que a Virgem Maria tem o papel de refrear a ira de Deus”, disse o padre Gronchi. “Quem pensa assim não está de acordo com o Evangelho”.
O especialista apresentou o documento há alguns dias, junto com o prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé, cardeal Víctor Manuel Fernández. No texto, a Santa Sé desaconselha o uso dos títulos "Corredentora" e "Mediadora" ao se referir a Nossa Senhora.
“A ideia de que Maria precisa mediar e convencer Deus a ser misericordioso distorce a Trindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo”, disse ele.
Segundo o texto da Santa Sé, também assinado pelo papa Leão XIV, o papa são João Paulo II pediu ao então prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, cardeal Joseph Ratzinger, em 1996, que estudasse se poderia ser considerada uma verdade de fé que Nossa Senhora é "corredentora" e "mediadora".
“Ele pediu esclarecimentos a Ratzinger sobre o assunto”, disse o padre Gronchi. “Ele havia usado esse termo de uma perspectiva espiritual e devocional”.
Mas assim que “Ratzinger disse que era inapropriado, João Paulo II nunca mais o usou”, disse o padre e consultor da Santa Sé. O papa polonês não usou o termo na encíclica Redemptoris mater (Mãe do Redentor), publicada em 1987, que trata precisamente de Nossa Senhora e do papel dela na vida da Igreja e na história da salvação.
Nem o papa venerável Pio XII, nem o papa são João XXIII, nem o papa são Paulo VI jamais usaram essa expressão, disse o padre Gronchi, que disse que atualmente “não parece que novas verdades devam ser afirmadas” sobre Nossa Senhora.
Segundo o acadêmico, a Igreja já dedicou toda a atenção possível à figura de Nossa Senhora com os dogmas proclamados sobre ela: o dogma da Maternidade Divina, que diz que Nossa Senhora é a Mãe de Deus (Theotokos, em grego) (431 d.C.); o dogma da Virgindade Perpétua (649 d.C.); o dogma da Imaculada Conceição (1854) e o dogma da Assunção de Nossa Senhora (1950).
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