6 de dezembro de 2025 Doar
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Senadores pedem ação contra crescentes ataques anticristãos na França

Senado da França, em Paris, em 1° de fevereiro de 2023. | Victor Velter/Shutterstock

Numa iniciativa sem precedentes, 86 senadores franceses assinaram um apelo público denunciando o aumento de atos anticristãos na França e pedindo ao governo que tome medidas concretas para proteger fiéis e locais de culto.

A declaração, liderada pela senadora Sylviane Noël, de Haute-Savoie, no sudeste da França, e publicada no site conservador Boulevard Voltaire, pinta um quadro grave da crescente violência contra igrejas e cristãos em todo o país — e do que os signatários descrevem como uma indiferença das autoridades públicas.

“Não passa uma semana sem que a imprensa diária regional ou as redes sociais nos informem sobre esses ataques, que vão desde profanações e incêndios criminosos até agressões físicas”, diz o apelo.

Segundo dados citados no texto, 322 atos anticristãos foram registrados só nos primeiros cinco meses deste ano — um aumento de 13% em relação ao mesmo período no ano passado. O roubo de objetos litúrgicos também aumentou cerca de 20% em dois anos, com 820 casos relatados no ano passado, em comparação com 633 em 2022.

O apelo cita brevemente alguns incidentes emblemáticos para ilustrar essa tendência alarmante. Na região de Landes, pelo menos 27 igrejas foram vandalizadas ou profanadas em questão de semanas, e, em Nice, a profanação de uma cruz no Boulevard de la Madeleine chocou a população local.

O caso mais emblemático dos últimos meses foi o assassinato de Ashur Sarnaya, refugiado iraquiano cristão assírio-caldeu, de 45 anos de idade, com deficiência, numa transmissão ao vivo nas redes sociais em 10 de setembro. Sua história tornou-se um símbolo tanto da resistência cristã quanto da trágica vulnerabilidade dos fiéis na França de hoje.

“Ele fugiu do Iraque e da perseguição para encontrar refúgio em nosso país”, dizem os senadores, destacando o custo humano e a urgência moral desses atos de violência.

Eles também citaram o trágico assassinato em 2016 do padre Jacques Hamel, assassinado no altar por um muçulmano radicalizado enquanto celebrava a missa.

Os senadores denunciam a indiferença dos meios políticos e da mídia em relação aos cristãos. Eles dizem que incidentes envolvendo outras religiões frequentemente desencadeiam reações oficiais imediatas e ampla cobertura da mídia, enquanto ataques a lugares cristãos frequentemente passam despercebidos.

Para ilustrar esse desequilíbrio, eles comparam a indignação pública provocada pelas cabeças de porco deixadas do lado de fora de várias mesquitas de Paris no mês passado com o quase silêncio depois da queima de uma estátua de Nossa Senhora em Guingamp numa missa pela festa da Natividade de Nossa Senhora em 8 de setembro.

Embora a França tenha estabelecido plataformas de denúncia e sistemas de apoio para vítimas de atos antissemitas e antimuçulmanos, não há um mecanismo equivalente para incidentes anticristãos.

“Hoje, apelamos solenemente ao governo para que aja sem demora”, dizem os senadores no comunicado. “É urgente estabelecer um sistema nacional de denúncia e apoio às vítimas de atos anticristãos, acessível ao público em geral, claro e eficaz”.

“Essa disparidade alimenta entre muitos fiéis a impressão de que algumas vítimas de violência religiosa são tratadas como menos dignas de atenção”, continua o apelo. “Em meio a essa inegável onda de hostilidade, muitos cristãos na França se sentem cada vez mais abandonados”.

O apelo insiste que o lema da França — liberdade, igualdade e fraternidade — deve ser aplicado igualmente a todos os fiéis.

“A liberdade exige que todo cidadão possa praticar sua fé sem medo de ameaças ou profanações”, diz o texto. “A igualdade exige que o Estado, em seu mais alto nível, use os mesmos meios de proteção para todos. A fraternidade, por fim, nos obriga a considerar que, quando um fiel é ferido, é toda a comunidade nacional que é afetada”.

Sem tentar colocar as comunidades umas contra as outras, os senadores concluem que proteger os cristãos é parte de um esforço mais amplo para defender a unidade da França.

“Quando uma sinagoga é profanada, quando uma mesquita é atacada, quando uma igreja é vandalizada, é sempre a mesma liberdade essencial que está ameaçada”, escrevem. “Nenhum ódio jamais será tolerado, nenhuma violência contra um fiel jamais será relativizada”.

Esse debate mais amplo sobre o respeito devido aos cristãos na França também foi reacendido pela polêmica em torno do filme Sacrè Cœur, que conta a história da devoção ao Sagrado Coração de Jesus, iniciada há 350 anos em Paray-le-Monial. Antes de seu lançamento, os cartazes promocionais do filme foram recusados ​​por empresas ferroviárias francesas, alegando "laicismo" (laicismo estatal) e oposição ao "proselitismo".

A decisão provocou uma reação generalizada e ressaltou o que muitos observadores dizem ser uma hostilidade mais profunda em relação ao cristianismo — uma atitude que busca marginalizar a presença e a expressão cristã na esfera pública, mesmo que a fé continue a moldar a identidade moral e cultural da França.

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