Oct 10, 2025 / 15:34 pm
O padre Júlio Lancelotti, pároco de São Miguel Arcanjo, da arquidiocese de São Paulo, publicou na quarta-feira (8) um vídeo em suas redes sociais no qual pede “perdão por afirmações equivocadas e errôneas”. Com a mão sobre uma bíblia, ele declarou: “Reafirmo minha fé católica, apostólica romana, minha fidelidade no seguimento a Jesus de Nazaré, no serviço aos pobres, aos fracos, aos pequenos, aos rejeitados, aos insignificantes, aos descartados”.
“Reafirmo obediência à hierarquia católica, reafirmo a minha obediência ao bispo ao qual sou jurisdicionado na arquidiocese de São Paulo. Tentarei e buscarei sempre seguir Jesus com fidelidade no anúncio do Reino de Deus. Deus abençoe a todos. Força e coragem. Unidos caminhemos”, concluiu. O vídeo foi gravado num ambiente com uma estante de livros ao fundo, com títulos como Pobrefobia: Vivências das Ruas com Padre Júlio Lancellotti, além de obras de sua autoria, como Amor à maneira de Deus e a biografia em quadrinhos intitulada Júlio Lancellotti: Uma vida em defesa dos mais frágeis.
Embora não tenha especificado o motivo da retratação, recentemente circulou nas redes sociais um vídeo em que o padre afirma: “No tempo de Jesus, tinha os fariseus, os saduceus, os herodianos. Jesus não foi de nenhum desses grupos. E Jesus também não era católico, porque nem tinha Igreja Católica no tempo de Jesus. O catolicismo foi inventado depois do Constantino”, imperador romano que, em 312, publicou o edito de Milão, autorizando a religião cristã no império. A tese de que nesse momento foi fundada a Igreja Católica não é de autoria do padre. Vem sendo repetida há anos por vários adeptos da Teologia da Libertação.
“Aí já vão me acusar de apostasia e de heresia”, disse o padre, na sequência.
Foi exatamente o que aconteceu. A declaração gerou indignação entre fiéis, que chegaram a organizar campanhas pedindo que o padre fosse denunciado à arquidiocese e à Santa Sé.
A ACI Digital perguntou à arquidiocese de São Paulo se o vídeo de retratação havia sido publicado a pedido do arcebispo, cardeal Odilo Pedro Scherer. Em resposta, a arquidiocese afirmou: “O referido vídeo publicado pelo Padre Júlio Lancellotti em suas redes sociais foi uma iniciativa pessoal dele”.
A arquidiocese, sem se referir ao padre Júlio Lancelotti, publicou um texto no jornal O São Paulo sobre qual é a origem da Igreja Católica.
“A Arquidiocese de São Paulo buscou estabelecer a verdade e esclarecer o público em seus canais oficiais de comunicação, por meio de publicações como a mencionada, que trata da origem da Igreja Católica”, disse a arquidiocese à ACI Digital.
“A partir de fontes bíblicas, da Tradição e do Magistério eclesiástico, o Catecismo da Igreja Católica sintetiza que a Igreja é um projeto que nasceu do coração do Pai, prefigurada desde o início dos tempos, preparada na Antiga Aliança com Israel e instituída por Cristo Jesus”, diz o texto.
“A Igreja nasce do querer de Jesus Cristo, sob o alicerce dos apóstolos, confiando-a à pessoa de Pedro”, continua o texto, “fazendo referência às palavras de Jesus a Simão: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” (Mt 16,18-19a)”.
“Outro momento fundante se dá na Cruz, com a imagem do lado aberto de Cristo, de onde jorraram sangue e água (cf. Jo 19,34). Sobre essa cena, Santo Ambrósio afirmou que, da mesma forma que Eva foi formada do lado de Adão adormecido, assim a Igreja nasceu do coração traspassado de Cristo morto na cruz”, continua.
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