5 de dezembro de 2025 Doar
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O Catecismo nos protege do individualismo e das discórdias, diz Leão XIV no Jubileu dos Catequistas

O papa Leão XIV chega à Praça de São Pedro | Vatican Media

O papa Leão XIV destacou, na missa que celebrou hoje (28) no Jubileu dos Catequistas, a família como lugar privilegiado para a transmissão da fé e disse que o Catecismo tem a capacidade de proteger contra o “individualismo” e as “discórdias”.

“O Catecismo é o ‘instrumento de viagem’ que nos protege do individualismo e das discórdias, porque atesta a fé de toda a Igreja católica”, disse o papa na homilia.

Diante dos cerca de 20 mil catequistas provenientes de 115 países que participaram deste encontro do Ano Santo 2025, o papa refletiu sobre a missão que desempenham as pessoas dedicadas a transmitir a fé e acompanhar outros no caminho cristão.

“Os catequistas ensinam, ou seja, deixam um sinal interior: quando educamos na fé, não damos uma lição, mas plantamos no coração a palavra da vida, para que ela dê frutos de vida boa”, disse.

Leão XIV destacou que a palavra catequista vem do grego katēchein, que significa “instruir de viva voz, fazer ressoar” e lembrou a importância de receber o dom da fé na família.

O papa disse que o anúncio da Palavra não pode ser delegado a outros, “mas acontece no lugar onde vivemos”. “Em primeiro lugar, nas nossas casas, à volta da mesa”.

“Todos nós fomos educados na fé através do testemunho daqueles que acreditaram antes de nós. Enquanto crianças, adolescentes, jovens, depois como adultos e também como idosos, os catequistas acompanham-nos na fé”, disse, ressaltando que esse é um processo que envolve toda a comunidade eclesial.

“Cada fiel colabora na sua obra pastoral, ouvindo questões, partilhando provações, servindo o desejo de justiça e verdade que habita a consciência humana”, acrescentou.

“Povos inteiros, atormentados pela guerra e pela exploração”

Ao comentar o Evangelho do rico e Lázaro (Lc 16,19-31), o papa falou sobre o que esta história quer despertar “a nossa consciência”.

“O Senhor vê o coração dos homens e, através dos seus olhos, nós mesmos reconhecemos um indigente e um indiferente. Lázaro é esquecido por quem está à sua frente, mesmo à porta de casa, no entanto Deus está perto dele e lembra-se do seu nome”, resumiu.

Leão XIV disse que a passagem evangélica é “muito atual” porque às portas da opulência encontra-se hoje “a miséria de povos inteiros, atormentados pela guerra e pela exploração”.

“Com o passar dos séculos, parece que nada mudou: quantos Lázaros morrem diante da sofreguidão que esquece a justiça, do lucro que espezinha a caridade, da riqueza cega diante da dor dos miseráveis”, insistiu.

Trata-se da mesma passagem da Bíblia que foi proclamada no Jubileu dos Catequistas no Ano Santo da Misericórdia, que começou em 8 de dezembro de 2015 e terminou em 20 de novembro de 2016. Por isso, Leão XIV citou em sua homilia as palavras que o papa Francisco dirigiu naquela ocasião, destacando que “Deus redime o mundo de todo o mal, dando a sua vida pela nossa salvação”.

Por outro lado, como é habitual em suas homilias, citou santo Agostinho e exortou: “Se o rico do Evangelho tivesse caridade para com Lázaro, teria feito o bem, não só ao pobre, mas também a si mesmo”.

Leão XIV disse que o Evangelho anuncia que a vida de todos pode mudar, porque Cristo ressuscitou dos mortos.

“Este acontecimento é a verdade que nos salva: por isso, deve ser conhecida e anunciada. Mas não basta. Deve ser amada: é este amor que nos leva a compreender o Evangelho, porque nos transforma, abrindo o coração à palavra de Deus e ao rosto do próximo”, disse.

O papa alertou os cristãos para o perigo de serem tentados pela ganância e pela indiferença”. “Os muitos Lázaros de hoje recordam-nos a palavra de Jesus, tornando-se para nós uma ainda mais eficaz catequese durante este Jubileu, que é para todos tempo de conversão e perdão, de empenho pela justiça e de busca sincera da paz”, concluiu.

39 novos catequistas

Durante a celebração, diante de mais de 35 mil pessoas reunidas na Praça de São Pedro por ocasião do Jubileu dos Catequistas, o papa instituiu 39 novos catequistas provenientes de diversos países, aos quais entregou pessoalmente um crucifixo como sinal de sua missão.

Os candidatos, chamados um a um pelo nome, responderam com um “Aqui estou” ao chamado do papa. Depois da homilia, cada um recebeu em suas mãos uma cruz, sinal de sua vocação particular.

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