26 de set de 2025 às 08:55
O papa Leão XIV nomeou o arcebispo Filippo Iannone prefeito do Dicastério para os Bispos, departamento que ele mesmo já chefiou.
A nomeação, anunciada hoje (26), é a primeira escolha de Leão XIV para chefe de um escritório importante da Santa Sé desde sua eleição em maio.
Iannone, de 67 anos de idade, canonista italiano, é prefeito do Dicastério para Textos Legislativos desde 2022.
O arcebispo assumirá oficialmente suas responsabilidades em 15 de outubro. Como prefeito do Dicastério para os Bispos, ele terá um papel fundamental no processo de seleção de bispos diocesanos no mundo todo, e na avaliação de acusações de abuso contra bispos.
A decisão final sobre a nomeação de bispos cabe ao papa, que tem a liberdade de escolher quem quiser. Normalmente, o representante do papa em um país, o núncio apostólico, transmite recomendações e documentação à Santa Sé. O Dicastério para os Bispos discute a nomeação vota. De posse das recomendações, o papa toma a decisão final.
Ao lado de Iannone, o Leão XIV confirmou o arcebispo dom Ilson de Jesus Montanari, natural de Sertãozinho (SP) para um mandato de cinco anos como secretário do dicastério e estendeu o mandato de subsecretário de monsenhor Ivan Kovač, da Bósnia e Herzegovina.
Além de chefiar o gabinete dos bispos, Iannone assumirá a presidência da Pontifícia Comissão para a América Latina, que administra as relações entre a Santa Sé e as conferências episcopais latino-americanas.
Carmelita e canonista, Iannone atualmente é prefeito do Dicastério para Textos Legislativos da Santa Sé.
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O papa Francisco nomeou-o presidente do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos em 2018, promovendo-o em detrimento do secretário do órgão, num ato inusitado. Ele se tornou prefeito do dicastério recém-reorganizado em 2022.
Nessa função, Iannone foi fundamental na revisão da lei da Igreja, como a expansão do alcance do motu proprio Vos estis lux mundi, uma estrutura para investigação de abusos, para incluir líderes católicos leigos.
Nascido em Nápoles, Itália, em 13 de dezembro de 1957, Iannone entrou para a ordem carmelita em 1976 e foi ordenado padre em 1982. Ele ensinou direito canônico em Nápoles antes de ser nomeado bispo auxiliar de sua arquidiocese natal pelo papa são João Paulo II em 2001.
Bento XVI o nomeou bispo da diocese de Sora-Cassino-Aquino-Pontecorvo, Itália, em 2009 e, mais tarde, vice-gerente da diocese de Roma, onde lidou com as consequências de um grande escândalo de corrupção hospitalar e foi responsável pela reorganização dos tribunais eclesiásticos.
Iannone também é membro de dois grupos de estudo do Sínodo da Sinodalidade, examinando o papel judicial dos bispos e métodos para discernimento dividido sobre questões doutrinárias, pastorais e éticas controversas.
Com a morte de um papa, todos os chefes dos dicastérios da Santa Sé perdem tecnicamente seus cargos. O papa Leão XIV confirmou provisoriamente no cargo a todos que trabalhavam sob o papa Francisco.




