Sep 18, 2025 / 16:01 pm
Motociclistas armados ao menos 22 pessoas que participavam de uma cerimônia de batismo em um ataque a uma vila no oeste do Níger, um país da África Ocidental.
Vários meios de comunicação informaram que o ataque ocorreu na segunda-feira (15), na região de Tillaberi, perto de Burkina Faso e Mali, onde operam grupos radicais muçulmanos ligados à Al-Qaeda e ao Estado Islâmico.
Segundo a empresa de comunicação inglesa BBC, um morador disse à agência de notícias francesa AFP que agressores mataram 15 pessoas em uma cerimônia de batismo na região de Tillaberi, que faz fronteira com Burkina Faso e Mali. Depois, mataram mais sete pessoas.
"Enquanto as pessoas celebravam uma cerimônia de batismo, homens armados abriram fogo, semeando morte e terror", dissse o ativista local pelos direitos civis Maikoul Zodi em uma publicação no Facebook na terça-feira (16).
"Mais uma vez, a região de Tillaberi, no departamento de Ouallam, na vila de Takoubatt, foi atingida pela barbárie, mergulhando famílias inocentes na dor e na desolação”, disse Zodi. “Enquanto os moradores se reuniam para celebrar um batismo, homens armados abriram fogo, semeando morte e terror".
“Como ator da sociedade civil, inclino-me diante da memória das vítimas e expresso minha total solidariedade às famílias enlutadas e à comunidade de Takoubatt”, continuou.
O ativista questionou por que os civis continuam expostos a tanta insegurança e exortou o governo a priorizar a segurança e a dignidade dos cidadãos.
“A segurança e a dignidade dos cidadãos devem ser uma prioridade absoluta”, disse. “É hora de dar respostas concretas, fortalecer a presença do Estado em áreas vulneráveis e demonstrar que a vida de cada nigerino importa”.
As autoridades do Níger reconheceram o ataque na zona, mas ainda não divulgaram números oficiais de vítimas.
A violência islâmica no Níger continua aumentando, com organizações de direitos humanos e vozes locais denunciando a falha das autoridades em proteger os civis, mais de um ano depois da tomada do poder pelos militares, segundo uma reportagem da BBC veiculada ontem (17).
A reportagem também mostra que a crescente insegurança ficou evidente novamente em 10 de setembro, quando 14 soldados nigerinos foram mortos em uma emboscada na região de Tillaberi.
Em seu boletim semanal, o exército informou que as tropas foram mobilizadas depois de denúncias de roubo de gado, mas terminaram caindo no que descreveram como "uma emboscada".
É difícil verificar de forma independente os números de vítimas por causa do acesso restrito às zonas de conflito e ao medo de represálias entre as testemunhas.
A Human Rights Watch (HRW), organização de defesa dos direitos humanos, denunciou que grupos armados intensificaram seus ataques desde março, matando ao menos 127 moradores e fiéis muçulmanos; casas também foram saqueadas e queimadas.
A organização acusou as autoridades do Níger de ignorar os apelos de ajuda dos moradores e de não responder aos repetidos alertas de ataques iminentes.
O Níger está sob controle militar desde que o general Abdourahmane Tchiani derrubou o presidente eleito Mohamed Bazoum em julho de 2023, prometendo restaurar a segurança. No entanto, a violência continua.
Uma coalizão pró-democracia recém-formada no Níger denunciou o que chamou de fracasso das autoridades militares no poder em lidar com a crescente insegurança depois dos ataques mortais de 10 de setembro.
A coalizão, chamada Cadre de Lutte contre les Dérives du Niger (CDN) — Fórum de Combate aos Abusos no Níger — foi lançada oficialmente em 12 de setembro e reúne líderes da sociedade civil, jornalistas, especialistas jurídicos e pesquisadores comprometidos com a resistência ao regime atual.
No seu primeiro pronunciamento, o grupo exigiu a organização de eleições livres e transparentes, o restabelecimento dos partidos políticos e sindicatos dissolvidos pela junta e a libertação do presidente deposto Mohamed Bazoum e de todos os outros presos políticos.
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