5 de dezembro de 2025 Doar
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Católicos são forçados a deixar suas casas em ataques de protestantes em Belfast

Vista de casas destruídas na área de Annalee Street, no norte de Belfast, Irlanda do Norte. | Colum Lenehan/The Irish News

A diocese de Down e Connor, Irlanda do Norte, condenou a intimidação e os ataques a famílias católicas em Belfast, Irlanda do Norte, que levaram todas, exceto uma, a fugir de suas casas.

As famílias moravam num conjunto habitacional que fica ao lado de um bairro predominantemente habitado por protestantes leais ao Reino Unido no norte da cidade.

“Os ataques e intimidações constantes sofridos pelos moradores locais de Annalee e Alloa Street, em Belfast, são atos covardes e ameaçadores de discriminação sectária sem rosto”, disse o padre Eddie McGee, porta-voz da diocese, à CNA, agência em inglês da EWTN. “É repugnante que famílias na Irlanda do Norte hoje continuem tendo que deixar a segurança de seus lares numa sociedade fortemente comprometida com o caminho da paz e da reconciliação”.

A Irlanda do Norte reúne nove distritos no norte da ilha em que fica a República da Irlanda e pertence ao Reino Unido. Desde a independência da República da Irlanda, em 1937, conflito entre protestantes, em sua maioria de origem escocesa, e católicos irlandeses, marca o cenário político da Irlanda do Norte.

Os ataques sectários nessa área do norte de Belfast começaram em maio, quando várias casas de famílias católicas foram atacadas por homens mascarados, com janelas quebradas e veículos vandalizados. Estima-se que, devido a novos ataques nos últimos dias, só uma família católica permaneça no que deveria ser um conjunto habitacional misto.

Moradores protestantes não queriam falar com a mídia local por medo de represálias de grupos paramilitares.

O jornal Sunday World disse que os ataques foram coordenados por indivíduos ligados ao tráfico de drogas e paramilitares que ameaçaram continuar com o assédio e a intimidação.

“A diocese de Down e Connor se une a muitos outros representantes da Igreja e do público para pedir que aqueles que perpetram esses ataques acabem com essa campanha de intimidação e se envolvam calmamente com seus representantes locais para abordar as tensões subjacentes que dão origem a tal conflito”, disse McGee.

“A intimidação constante de famílias vulneráveis ​​para que deixem suas casas é um lembrete de que é responsabilidade de todos nós não nos acomodarmos na construção de comunidades nas quais todos sejam respeitados e protegidos, sem exceção. Precisamos continuar a nos engajar em toda a comunidade para buscar caminhos de diálogo, em vez de construir muros de discriminação sectária e racial, alimentados pelo medo e pela agressão”.

Numa reunião em 4 de setembro, Davy Beck, subchefe de polícia da Irlanda do Norte, disse que, embora elementos da Associação de Defesa do Ulster (UDA, na sigla em inglês) tenham sido responsáveis ​​por eventos que resultaram em famílias católicas sendo atacadas na área de Oldpark, não havia informações de inteligência que sugerissem que a liderança da organização paramilitar pró-Reino Unido os tivesse autorizado. A UDA é uma organização paramilitar ilegal com um longo histórico de ataques sectários.

O jornal Irish News, de Belfast, disse que uma moradora que vive na área desde dezembro do ano passado está entrando com uma ação judicial contra a Clanmill Housing Association (Associação Habitacional Clanmil), responsável pelos imóveis, dizendo que a associação "não tomou medidas razoáveis ​​para proteger" a ela e a seus filhos. A mulher diz ter sido posteriormente ameaçada e agredida por um homem e chamada de "bastarda feniana". Feniano era o nome dos que lutaram pela independência da Irlanda. Ela disse que o mesmo indivíduo ameaçou seus dois filhos, de dez e cinco anos, num parque local.

Jack Murphy, da McIvor Farrell Solicitors, representante legal da moradora alvo do último ataque, disse: "Emitimos uma correspondência pré-ação contra a Clanmill Housing Association e estamos considerando novas ações legais contra os órgãos estatais relevantes que, em nossa opinião, negligenciaram seu dever de proteger nossa cliente, seus filhos e outras famílias católicas na área de violência paramilitar".

McGee expressou o apoio de toda a comunidade católica de Down e Connor, dizendo: “Somos solidários com as famílias que tiveram que deixar suas casas. Tais ações deixam uma cicatriz de mágoa e dor não resolvidas não só nas vítimas que vivem diretamente ameaças e ataques mascarados, mas também na comunidade em geral onde essa intimidação ocorre. Essas famílias têm o direito de viver em paz numa sociedade comprometida com um caminho de diálogo e reconciliação”.

Uma porta-voz da Clanmil Housing Association disse: “Todos devem ter o direito de viver em paz e se sentir seguros em suas casas, livres de intimidação ou ameaça”.

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