5 de dezembro de 2025 Doar
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O perdão, o amor até o fim apesar da traição, nunca é inútil, diz Leão XIV

Papa Leão XIV na audiência geral de hoje (20) no Vaticano. | Vatican Media

O papa Leão XIV dedicou seu sermão na audiência geral de hoje (20) ao perdão em meio à traição, como um modo de amar até o fim que "nunca é inútil" e pode se tornar uma oportunidade de salvação.

A partir do trecho evangélico que narra o momento em que o Senhor confronta o início da traição de Judas na Última Ceia (cf. Jo 13,1-5), o papa continua os sermões encaixados no Jubileu da Esperança e dedicados à Paixão, depois de falar sobre a vida pública de Jesus.

Depois de fazer em espanhol sua primeira saudação e bênção na Aula Paulo VI, no Vaticano, Leão XIV disse que a oferta de pão de Cristo a Judas "é a última tentativa do amor de não se render".

“Amar até o fim: eis a chave para compreender o coração de Cristo. Um amor que não se detém diante da rejeição, da desilusão, nem sequer da ingratidão”, disse o papa, dizendo também que “Jesus conhece a hora, mas não a padece: escolhe-a”. Assim, apesar da traição, “a ferida mais dolorosa”, Ele escolhe continuar amando “em vez de recuar, de acusar, de se defender”.

Essa maneira de amar o Senhor se realiza "não porque ignora o que acontece, mas precisamente porque vê com clareza. Ele compreendeu que a liberdade do outro, até quando se perde no mal, ainda pode ser alcançada pela luz de um gesto manso. Porque sabe que o verdadeiro perdão não espera pelo arrependimento, mas oferece-se primeiro, como dom gratuito, ainda antes de ser acolhido".

Deus faz tudo para nos salvar

Leão XIV continuou sua catequese dizendo que a oferta do Senhor a Judas Iscariotes revela que “aquele pedaço de pão é a nossa salvação: porque nos diz que Deus faz tudo – absolutamente tudo – para nos alcançar, até na hora em que o rejeitamos”.

Desse modo, "o perdão se revela em toda a sua potência, manifestando o rosto concreto da esperança. Não é esquecimento, nem debilidade. É a capacidade de deixar o outro livre, contudo amando-o até ao fim". Isso não significa negar a verdade da dor, mas, enfatizou o papa, "não permite que o mal tenha a última palavra".

Que não seja o rancor a decidir o futuro

O papa também falou sobre “quantas relações se interrompem, quantas histórias se complicam, quantas palavras não ditas permanecem suspensas”, apesar das quais “há sempre uma maneira de continuar a amar, até quando tudo parece irremediavelmente comprometido”.

“Perdoar não significa negar o mal, mas impedir que ele gere outro mal. Não significa dizer que nada aconteceu, mas fazer tudo o que for possível a fim de que não seja o rancor a decidir o futuro”.

Inspirado pelo gesto de Jesus para Judas em plena noite de Páscoa, Leão XIV disse que "uma luz já começou a brilhar. E resplandece porque Cristo permanece fiel até ao fim, e assim o seu amor é mais forte do que o ódio".

Diante das noites da alma que todos podem experimentar por causa de feridas e traições, o papa alertou contra a tentação de "fechar-nos, proteger-nos, retribuir o golpe" e encorajou os fiéis a contemplar como "o Senhor mostra-nos a esperança de que existe sempre outro caminho".

“Ensina-nos que podemos oferecer um pedaço de pão até a quem nos vira as costas”, disse também Leão XIV. “Que podemos responder com o silêncio da confiança. E que podemos ir em frente com dignidade, sem renunciar ao amor”.

Amar significa deixar o outro livre até para trair

Ao fim de sua catequese, o papa encorajou os fiéis a pedir "a graça de saber perdoar, mesmo quando não nos sentimos compreendidos, até quando nos sentimos abandonados. Pois é precisamente naquelas horas que o amor pode alcançar o seu auge".

Sobre isso, ele disse que “amar significa deixar o outro livre até para trair - sem nunca cessar de acreditar que até essa liberdade, ferida e perdida, pode ser erradicada do engano das trevas e restituída à luz do bem”.

“Quando a luz do perdão consegue filtrar-se pelas fendas mais profundas do coração, compreendemos que nunca é inútil”, disse também o papa. “Mesmo que o outro não o aceite, ainda que pareça vão, o perdão liberta quem o concede: dissolve o ressentimento, devolve a paz, restitui-nos a nós próprios”.

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Com o gesto de oferecer o pão, Jesus "mostra que cada traição pode tornar-se ocasião de salvação, se for escolhido como espaço para um amor maior. Não cede ao mal, mas vence-o com o bem, impedindo-o de extinguir o que há de mais verdadeiro em nós: a capacidade de amar", concluiu Leão XIV.

Cerca de uma hora saudando os peregrinos

Depois do canto do Pai Nosso em latim, o papa Leão XIV passou o resto da manhã saudando os vários grupos de peregrinos (um total de 15 mil pessoas) que tiveram que ser acomodados em três espaços diferentes, já que a audiência geral não foi feita na praça de São Pedro devido ao calor.

Assim, o papa conversou inicialmente com os fiéis dentro da Aula Paulo VI, por cerca de uma hora, entre os quais encontrou equipes esportivas, comunidades religiosas, casais, famílias com bebês e muitos outros.

Ao sair, Leão XIV dirigiu-se aos presentes reunidos na sombra da praça de São Pedro, no Vaticano, a quem concedeu a bênção apostólica antes de entrar na basílica de São Pedro, onde o papa disse que "o perdão é um sinal muito grande de amor, de amor autêntico e, sobretudo, do amor de Deus por todos nós".

Leão XIV exortou os fiéis a pedir perdão a Deus e a perdoar uns aos outros porque, enfatizou ele, "isso constrói a paz e hoje precisamos dessa paz mais do que nunca".

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