Aug 4, 2025 / 15:14 pm
A arquidiocese da Paraíba celebra amanhã (5) a padroeira da capital João Pessoa e de todo o Estado, Nossa Senhora da Neves. A data marca também os 440 anos da devoção a este título mariano na Paraíba.
A festa de Nossa Senhora das Neves acontece na catedral basílica de Nossa Senhora das Neves, começou em 27 de julho, com o novenário, e será encerrada amanhã, dia da padroeira. Este ano, tem como tema “Senhora das Neves, farol seguro de esperança do povo paraibano”.
Nossa Senhora das Neves
A devoção a Nossa Senhora das Neves surgiu a Itália. Segundo a tradição, no século IV, um casal piedoso que morava em Roma não tinha filhos e, por anos, rezou para que o Senhor os abençoasse com um filho, para quem deixar sua herança.
Eles não obtinham nenhum resultado, até que decidiram nomear Nossa Senhora como herdeira e pediram com grande fervor que ela os guiasse.
Em resposta, a Mãe de Deus apareceu a eles na noite de 4 de agosto – em pleno verão – e lhes disse que desejava que fosse construída uma basílica no monte Esquilino, uma das sete colinas de Roma, no local que ela indicaria enviando neve.
Nossa Senhora também apareceu ao papa Libério com uma mensagem semelhante.
Em 5 de agosto, enquanto o sol de verão brilhava, a cidade ficou admirada ao ver um terreno com neve no Monte Esquilino. O casal foi feliz para ver o que havia acontecido e o papa fez o mesmo em solene procissão.
A neve cobria o espaço que deveria ser usado para construir o templo e desapareceu depois. O papa Libério colocou as primeiras fundações da basílica no perímetro que ele próprio desenhou e o casal contribuiu financiando a construção.
Mais tarde, depois do Concílio de Éfeso, no qual Maria foi proclamada Mãe de Deus, sobre a Igreja precedente, o papa Sisto III construiu a atual basílica de Santa Maria Maior. Com o tempo, foram feitas renovações, restaurações, ampliações e novas construções, mas tudo em honra à Santíssima Virgem.
A festa de Nossa Senhora das Neves, em 5 de agosto, se espalhou por toda Roma no século XIV. São Pio V a declarou festa universal no século XVII.
Tradição em João Pessoa
O dia 5 de agosto também marca o início da fundação da cidade de João Pessoa, há 440 anos. Seguindo uma tradição que tinham à época, os portugueses, ao chegarem àquela região, deram-lhe o nome do santo do dia. Inicialmente, a cidade foi chamada Cidade Real de Nossa Senhora das Neves. Em 1588, passou a ser Filipeia de Nossa Senhora das Neves, em homenagem ao rei Filipe II. Com a invasão holandesa, em 1634, a cidade foi batizada de Fredrikstad (Cidade de Frederico), em homenagem ao príncipe Frederico de Orange. Depois que os holandeses forame expulsos, a cidade foi chamada “Parahyba do Norte”, em 1654. Só em 1930, recebeu o atual nome, João Pessoa, em homenagem ao político paraibano João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, morto naquele ano.
A primeira igreja matriz dedicada à Nossa Senhora das Neves na cidade foi construída pelos colonizadores portugueses em 1586, de taipa. Ela foi reconstruída no início do século XVII. As obras e reformas seguiram ao longo dos séculos XVII e XVIII. Em 1881, a igreja começou a ser reconstruída, ganhando a forma em estilo eclético que tem atualmente. O templo foi sagrado em 1º de agosto de 1894, já com o título de catedral, porque a diocese da Paraíba tinha sido instalada em março daquele ano.
Festa de Nossa Senhora das Neves
O encerramento da festa de Nossa Senhora das Neves amanhã em João Pessoa contará com missas, bênçãos e a tradicional procissão.
Às 8h45, será dada a bênção da cidade e do Estado com a imagem de Nossa Senhora das Neves, do mezanino da catedral. Às 9h, o arcebispo dom Manoel Delson celebrará a missa solene, com a participação do clero arquidiocesano. Às 12h, haverá celebração com o sacramento da unção dos enfermos. Às 15h, será rezado o terço, com participação do movimento do Terço dos Homens. Às 16h, o bispo auxiliar da Paraíba dom Alcivan Tadeus, celebrará a missa. Logo depois, acontecerá a procissão com a imagem de Nossa Senhora das Neves, que costuma reunir milhares de devotos pelas ruas do centro histórico da capital.
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