Jul 25, 2025 / 15:18 pm
O papa Leão XIV disse que migrantes e refugiados católicos “podem tornar-se missionários de esperança nos países que os acolhem”, ao mesmo tempo que sublinhou a sua capacidade de “revitalizar comunidades eclesiais rígidas e cansadas”.
"Com o seu entusiasmo espiritual e a sua vitalidade, podem contribuir para revitalizar comunidades eclesiais endurecidas e sobrecarregadas, nas quais avança de forma ameaçadora o deserto espiritual", disse o papa em sua mensagem para o 111º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, que será celebrado nos dias 4 e 5 de outubro, coincidindo com o Jubileu do Migrante e do Mundo Missionário.
Leão XIV centrou sua reflexão na ligação entre esperança cristã e migração e elogiou a fé com que migrantes desafiam "a morte nas diferentes rotas migratórias contemporâneas".
"Muitos migrantes, refugiados e deslocados são testemunhas privilegiadas da esperança vivida no cotidiano, através da sua confiança em Deus e da sua capacidade de suportar as adversidades”, disse o papa em comunicado publicado hoje (25). “Em vista de um futuro em que vislumbram a aproximação da felicidade e do desenvolvimento humano integral".
Por isso, ele enfatizou que a presença deles “deve, portanto, ser reconhecida e apreciada como uma verdadeira bênção divina, uma oportunidade para se abrir à graça de Deus, que dá nova energia e esperança à sua Igreja”.
“Num mundo obscurecido por guerras e injustiças, mesmo onde tudo parece perdido, os migrantes e refugiados erguem-se como mensageiros de esperança”, disse também Leão XIV. “A sua coragem e tenacidade são testemunho heroico de uma fé que vê além do que os nossos olhos podem ver e que lhes dá força para desafiar a morte nas diferentes rotas migratórias contemporâneas”.
“Os migrantes e refugiados lembram à Igreja a sua dimensão peregrina, em permanente busca da pátria definitiva, sustentada por uma esperança que é virtude teologal”, disse também o papa.
Assim, ele pediu esperança por "um futuro de dignidade e paz para todos os seres humanos", apesar dos "cenários aterrorizantes" de "guerras, violência, injustiça e eventos climáticos extremos" que existem.
Crise climática
"A perspectiva de uma nova corrida ao armamento e o desenvolvimento de novas armas, incluindo as nucleares, a pouca consideração pelos efeitos nefastos da atual crise climática e as profundas desigualdades econômicas tornam cada vez mais difíceis os desafios do presente e do futuro", disse Leão XIV na mensagem.
Por isso, o papa alertou a Igreja sobre a tentação da “sedentarização” e, portanto, de deixar de ser uma civitas peregrina, pois como diz santo Agostinho num dos seus livros principais, A Cidade de Deus, o povo de Deus é “peregrino rumo à pátria celeste”, porque de outra forma deixa de estar “no mundo” e passa a ser “do mundo”.
“Trata-se de uma tentação já presente nas primeiras comunidades cristãs, a ponto de o apóstolo Paulo ter de recordar à Igreja de Filipos que «a cidade a que pertencemos está nos céus, de onde certamente esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo”, enfatizou Leão XIV. “Ele transfigurará o nosso pobre corpo, conformando-o ao seu corpo glorioso, com aquela energia que o torna capaz de a si mesmo sujeitar todas as coisas» (cf. Fl 3, 20-21)”.
Ele também pediu uma superação do individualismo, que ele definiu como uma "séria ameaça" à "atribuição de responsabilidades, à cooperação multilateral" e à "conquista do bem comum".
Assim, o papa criticou a “tendência generalizada de cuidar exclusivamente dos interesses de comunidades limitadas” e disse que há “uma clara analogia” entre os migrantes “e a experiência do povo de Israel que vagueia pelo deserto, enfrentando todos os perigos confiando na proteção do Senhor”.
Por fim, Leão XIV expressou o desejo de confiar cada um deles, e aqueles que os acompanham com generosidade e compaixão, “à proteção materna da Virgem Maria, invocada como socorro dos migrantes”.
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