5 de dezembro de 2025 Doar
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"Somos fabricados para ser vendidos", alerta mulher que nasceu de barriga de aluguel

Entrevista com Olivia Maurel, ativista nascida de barriga de aluguel que pede a abolição da prática. | EWTN News

"Somos fabricados para ser vendidos", diz Olivia Maurel, ativista nascida por meio da barriga de aluguel, sobre essa prática.

Maurel, uma das especialistas internacionais que assinaram a Declaração de Casablanca para a abolição universal da barriga de aluguel, falou com a EWTN News em Lima, Peru, onde acontece uma conferência sobre o tema.

“A Declaração de Casablanca é um grupo de especialistas. Somos cerca de 100 especialistas do mundo todo. Somos internacionais, representando 80 países diferentes hoje. Não é uma iniciativa política ou religiosa, e estamos aqui para abolir a barriga de aluguel; estamos aqui para promover um tratado internacional para a abolição da barriga de aluguel”, disse a ativista.

Maurel disse que é necessário "abolir a barriga de aluguel hoje, porque precisamos proteger os direitos das mulheres e das crianças”.

“Os corpos das mulheres não estão à venda. Elas não são um instrumento reprodutivo para os ricos, e as crianças não estão à venda", disse.

Dificuldades de identidade

Maurel contou que nasceu "por meio de barriga de aluguel em 1991 nos EUA, e cresceu com muitos problemas, como abandono e questões de identidade.

“Isso me levou a usar muitas drogas e álcool, o que me levou a uma vida muito complicada", disse ela.

É por isso que sei o quanto a barriga de aluguel pode afetar uma criança e também sei que, infelizmente, as barrigas de aluguel geralmente são pobres e são elas que são alvo dessa indústria, já que minha barriga de aluguel era pobre e, além disso, mentalmente instável", enfatizou a ativista.

Olivia disse que “tinha uma conexão muito intensa” com sua barriga de aluguel. “Ela era minha mãe no útero e a única pessoa que eu queria quando nasci. E, infelizmente, esse vínculo rompido no nascimento me levou a lidar com o trauma do abandono e todas as questões de identidade que se seguiriam”, disse ela.

Uma ferida “muito difícil de curar”

“Nos dias de hoje, e acho que isso é algo que as pessoas muitas vezes não entendem, um bebê, seja ele geneticamente relacionado à sua barriga de aluguel ou não, vai querer a mãe ao nascer, porque a sentiu, sentiu o cheiro e ouviu sua voz por nove meses”, disse a ativista.

“Ele a quer ao nascer, não uma estranha. E quando quebramos esse vínculo, quebramos algo naquela criança para sempre, e essa ferida é muito difícil de curar”, disse Olivia.

Com a barriga de aluguel, disse, "estamos reduzindo bebês a produtos dentro desses contratos, e é muito difícil para uma criança crescer com isso, sabendo que é só um objeto num contrato. Somos literalmente criadas, feitas, fabricadas para ser vendidas, e é muito difícil crescer com essa ideia".

"Como disse o papa Francisco, e penso nele hoje, a barriga de aluguel deve acabar; e espero que, com o novo papa Leão XIV, continuemos essa batalha", concluiu a ativista.

O papa Francisco recebeu Olivia Maurel em audiência privada em 4 de abril de 2024. Dois meses depois, a Santa Sé pediu a abolição total da barriga de aluguel.

Dois anos antes, em 2022, o papa Francisco disse que "a dignidade do homem e da mulher também é ameaçada pela prática desumana e cada vez mais difundida da barriga de aluguel, em que as mulheres, quase sempre pobres, são exploradas e as crianças são tratadas como mercadorias".

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