Pela primeira vez, o Vaticano participará da Bienal de Arquitetura de Veneza, uma das exposições e mostras mais importantes do mundo, com um projeto concebido como uma “peregrinação espiritual” que recorde também a contribuição da Igreja nesta arte.

Através de uma mostra, 10 arquitetos de todo o mundo criarão cada um uma capela inspirando-se em diferentes materiais e cenários sob a ideia de peregrinar. O projeto foi criado por Francesco Dal Co e será inaugurado no dia 25 de maio, nos jardins da ilha de São Jorge (Veneza). Será possível visitar esta exposição até o dia 25 de novembro.

O projeto foi idealizado a partir do modelo da Capela no bosque, construída em 1920 pelo famoso arquiteto Gunnar Asplund, no Cemitério de Estocolmo, à qual será dedicado um espaço de exposição no início do percurso onde serão expostos os desenhos e o projeto original.

A iniciativa “foi proposta a 10 arquitetos, convidados a criar e a construir outras capelas no interior da área do bosque na ponta da ilha de São Jorge Maior”, explica o Pontifício Conselho para a Cultura em um comunicado.

Entre os arquitetos, há alguns muito conhecidos como Norman Foster (Grã-Bretanha), Sean Godsell (Austrália), Javier Corvalán (Paraguai) e os do estúdio de arquitetura espanhol Flores & Prats.

O Cardeal Gianfranco Ravasi, Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura da Santa Sé, que participará da estreia do projeto em Veneza, explicou que as capelas “no culto cristão são verdadeiros templos, embora menores do que as catedrais, as basílicas ou as igrejas”. “Contam com dois componentes fundamentais da liturgia, o ambão e o altar”, acrescentou.

“O número das capelas também é simbólico porque expressa quase um decálogo de presenças dentro do espaço: são semelhantes às vozes feitas na arquitetura que ressoam com a sua harmonia espiritual no tecido da vida cotidiana”.

O Purpurado se mostrou convencido de que “é uma espécie de peregrinação não só religiosa, mas também leiga, conduzida para todos aqueles que desejam descobrir a beleza, o silêncio, a voz interior e transcendente, a fraternidade humana de estar juntos na assembleia de um povo, mas também a solidão do bosque”.

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